Evento reuniu nomes de peso do setor financeiro para debater criptoativos, IA, regulação e estratégias baseadas em dados
Com mais de US$ 10 bilhões em investimentosacumulados na última década, o setor de fintechs tem crescido a passos largos no Brasil, consolidando o país como o dono do maior mercado da América Latina (60% das fintechs da região) e o pioneiro no estabelecimento de tendências, como soluções baseadas em dados, convergência com modelos tradicionais de serviços bancários, entre outras.
Para discutir as tendências que estão redefinindo a criação, a circulação e a segurança do dinheiro desse setor, o Fintech & Insurance 2025 reuniu três mil participantes nesta quinta-feira (15), no Distrito Anhembi, em São Paulo. O evento foi promovido pela StartSe, escola internacional de negócios criada para preparar executivos para um cenário de disrupção contínua.

Ao longo de um dia com mais de 10 horas de conteúdo e dois palcos simultâneos, especialistas nacionais e internacionais, executivos de grandes bancos, líderes de fintechs e investidores debateram temas como criptoativos, uso de dados como motor de crédito, regulação, inteligência artificial e o futuro dos pagamentos digitais. Sem promessas futuristas irreais ou discursos genéricos, o evento apostou em conteúdo direto, com cases reais, provocações relevantes e planos de ação aplicáveis ao mercado.
Na Plenária, os debates sobre o avanço do Drex, a tokenização da economia e os impactos do Open Finance ganharam destaque. Os painéis “Blockchain, Drex e DeFi: o que esperar em 2025” e “A descentralização dos serviços financeiros e de crédito no Brasil” reuniram especialistas como Marcos Viriato, CEO da Parfin, Rafael Goulart, country manager da Pomelo no Brasil, Pedro Englert, sócio e presidente do conselho da Startse, e Marcelo Toledo, head de produtos BaaS do banco Itaú, além de outros palestrantes de empresas como Microsoft, iFood, Visa, que discutiram os rumos da nova era do dinheiro digital no Brasil. “Quando você descentraliza os serviços financeiros e de crédito, cria competição e coloca eficiência no processo. Quem se beneficia com isso é o usuário, que passa a ter mais informações, opções e, consequentemente, mais poder de escolha. Diante dessa nova realidade, o mercado está sendo forçado a competir em condições mais agressivas, o que impulsiona o desenvolvimento de toda a indústria. Na prática, isso é positivo para todos, porque uma economia mais pujante, com mais pessoas tendo acesso ao crédito, tende a crescer”, afirma Engler.
A cibersegurança e a proteção de dados também foram temas discutidos ao longo do evento. No painel “Cibersegurança é a regra do jogo”, com Marcos Oliveira, country manager da Palo Alto Networks, e Gustavo Bodra, CTO da StartSe, analisaram os riscos de um ambiente financeiro cada vez mais aberto e conectado. Outros espaços de debate que integraram o encontro abordaram também como a inteligência artificial pode ser utilizada na gestão de riscos e na prevenção de fraudes.
Na Arena de Negócios, palco focado em networking, o destaque ficou para a diversidade de cases apresentados por startups, empresas e investidores na vanguarda da transformação do setor. Temas como autenticação por voz, marketing financeiro com creators, automação por IA e educação financeira foram abordados de maneira prática e aplicável.
Durante a palestra “O Futuro das fintechs e insurtechs”, Cristiano Kruel, chief innovation officer da Startse, disse que ainda existe muito preconceito e muitas opiniões sobre a IA,. “Precisamos saber que a IA é uma forma de criar um negócio diferente”, defendeu .
Segundo Kruel, muitas empresas estão olhando para a IA e percebendo a necessidade de investir tanto em projetos estruturantes quanto em projetos transformadores. Outras estão incorporando essa tecnologia à sua cultura. “Nós, da StartSe, acreditamos muito nessas iniciativas porque entendemos que é fundamental que todos tenham letramento em nessa tecnoligia. Além disso, as empresas também estão investindo em lideranças inovadoras nesse ramo. E algo que era mais raro, mas que já tem ocorrido com frequência, é a IA de fronteira, uma nova classe em que as empresas criam seus próprios modelos”, finaliza.