Empresas brasileiras precisam melhorar gestão de risco contra catástrofes, aponta Alper

Infelizmente, o ano de 2019 começou repleto de catástrofes. Eventos como o de Brumadinho, chuvas e enchentes em diversas partes do País, incêndio no Alojamento do Flamengo, entre outros, suscitam a dúvida de como as empresas brasileiras planejam sua gestão de risco contra grandes catástrofes. De acordo com o diretor de riscos corporativos da Alper, Adriano C. Muraki de Souza, cerca de 95% do total de empresas no Brasil são pequenas e médias. Desse total, em torno de 90% não têm seguro.

“Diferente de alguns países europeus ou mesmo o Estados Unidos, no Brasil não há a cultura de seguros devidamente amadurecida. O seguro é muito importante em situações de grandes catástrofes como as ocorridas recentemente, pois reduz a exposição e minimiza os danos causados à sociedade. Um seguro contratado adequadamente pode significar a sobrevivência do negócio depois de um desastre”, afirma Adriano.

O diretor usa como exemplo o caso do rompimento da barragem da Vale do Rio Doce em Brumadinho, Minas Gerais: “Pense não somente na Vale, mas também em pequenos estabelecimentos. Uma padaria, por exemplo que, mesmo não atingida diretamente, teve que interromper o funcionamento, ou outras empresas que foram diretamente afetadas pelo desastre. Em uma situação como essa, terão que entrar na fila e brigar por alguma indenização vinda da Vale. Entretanto, aquelas que contam com o seguro de danos poderão acionar suas apólices para ressarcir parte dos prejuízos e, depois essas seguradoras vão acionar a Vale. Isso certamente vai significar a continuidade do negócio”, diz ele.

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Já o  Diretor Comercial de Seguros Corporativos da Alper, Robert Hufnagel, analisa que o hoje o seguro ainda é visto como despesa no Brasil e não como investimento e, é necessário mudar essa cultura. “Eventos de grande soma podem causar grandes prejuízos. Mas, pequenos seguros podem garantir o patrimônio. As recentes enchentes no Rio de Janeiro, por exemplo, é um evento que pode causar grandes prejuízos ao Estado e, principalmente ao cidadão. Mas, os seguros existem para reduzir essa exposição. Seguro de carros, seguro garantia, seguro de casa, seguro de vida, entre outros. Pensar nisso é investimento”, lembra Robert.

Os últimos números divulgados pela SUSEP (Superintendência de Seguros Privados) apontam que o crescimento no número de apólices de seguros para responsabilidade civil, conhecido como D&O, muito importantes em casos de eventos como a ocorrido em Brumadinho ou no centro de treinamento do Flamengo, não tem crescido na velocidade em que crescem os sinistros. Em 2018, o D&O teve um crescimento de 12% se comparado com 2017, contra um aumento na ordem de 57% no número de sinistros.

Robert lembra que é fundamental que as empresas analisem com cuidado e contem com a ajuda de um especialista, em geral, um corretor de seguros, na hora de colocar em prática sua política de gestão de riscos. “É crucial que os seguros sejam feitos de acordo com uma análise aos principais riscos que cada empresa está submetida. Na hora de uma catástrofe, vai ser analisado qual o fato gerador daquela catástrofe. O corretor de seguros é a pessoa indicada para ajudar nesse processo”, aconselha ele