Ataque em massa pode deslanchar seguro para riscos cibernéticos no Brasil

Seguradoras que estavam em compasso de espera na expectativa do aumento de demanda pelo seguro contra riscos cibernéticos começam a se movimentar para disponibilizar o produto no País já este ano

Incipiente no Brasil, o mercado de seguro para riscos cibernéticos, que protege empresas em caso de perdas com invasões de hackers, pode deslanchar em meio ao crescente número de ataques como o deflagrado na semana passada e que atingiu dezenas de países. O segmento começa a atrair gigantes multinacionais pelo seu potencial: enquanto movimenta poucos milhões de reais em apólices, as perdas anuais com crimes cibernéticos no País chegam a US$ 7,7 bilhões, conforme estudo da resseguradora da Allianz (AGCS).

Algumas seguradoras que estavam em compasso de espera na expectativa do aumento de demanda pelo seguro contra riscos cibernéticos começam a se movimentar para disponibilizar o produto no País já este ano. Estão nessa toada, de acordo com fontes ouvidas pelo Broadcast, as americanas Chubb e Argo, a alemã Allianz e a italiana Generali. O setor desperta até mesmo o interesse da fintech (startup do setor financeiro) Thinkseg, do ex-BTG Pactual André Gregori, que já selou parceria com um player global para explorar o seguro cyber no Brasil.

“A Chubb tem importante atuação na área de riscos cibernéticos e, recentemente, lançou esse seguro no México e na Colômbia. Em breve, introduzirá em outros países da América Latina, incluindo o Brasil”, confirma o presidente da Chubb Brasil, Antonio Trindade, com exclusividade ao Broadcast.

Por ora, somente a AIG, que trouxe o produto para o Brasil em 2012, a Zurich e a XL, que no passado teve uma joint venture com o Unibanco, operam neste segmento. O coordenador da Comissão de Linhas Financeiras da Federação Nacional de Seguros Gerais (FenSeg) e Superintendente da Argo Seguros, Gustavo Galrão, observa que o seguro para riscos cibernéticos ainda é pouco relevante no Brasil, com cerca de R$ 2 milhões em apólices emitidas. “As empresas ainda destinam mais investimento para a parte tecnológica. Talvez, agora, com esse marco histórico a demanda aumente”, diz ele.

Estimativas de especialistas do setor apontam que o ciberataque com o vírus ransomware Wanna Cry, deflagrado na semana passada, tenha feito mais de 300 mil vítimas no mundo. Somente parte delas, porém, teria pago o resgate para obter suas informações liberadas, no valor de US$ 300 por vítima. Cálculos apontam que os criminosos conseguiram arrecadar entre US$ 60 mil e US$ 70 mil com o ataque.

Fonte: estadao.com.br