Copom do Banco Central divulgará nesta quarta-feira (05), a nova taxa base de juros brasileira (Selic)
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central divulgará nesta quarta-feira (05), a nova taxa base de juros brasileira (Selic). Para o Professor da Fipecafi, Flávio Riberi, a taxa Selic deve ficar entre 4,25% ou 4% a.a, alcançando um novo patamar histórico. “O COPOM vem demonstrando um aceno consecutivo ao mercado de seu apetite, para a redução da taxa de juros em 0,5%, desde julho de 2019. Por isso, a expectativa de bancos e corretoras é que a Selic apresente uma queda de 0,25% e 0,5%”, explica.
Riberi comenta que durante o último ano, alguns eventos, como a aprovação da reforma da previdência e as perspectivas para o avanço do programa de privatizações, propiciaram mais segurança à saúde das finanças públicas. “Outros acontecimentos são esperados para 2020 como a reforma tributária e administrativa para fortalecer a confiança no ambiente institucional brasileiro”, ressalta.
A taxa Selic influencia o comportamento dos indicadores mais conhecidos do mercado, como IPCA e CDI. Por isso, de acordo com o especialista, sempre que ocorrem cortes na taxa, há um estímulo promovido pelo Banco Central para aumentar o consumo. “Imagine que você esteja recebendo rendimentos de 8% a.a. Por manter seu dinheiro aplicado em fundos de investimento com papéis lastreados em títulos DI, certamente, uma redução na Selic resultará em uma redução de 3%, fazendo o seu rendimento cair para 5%. Neste caso, é possível perceber que o dinheiro não está mais tendo incrementos nos rendimentos dentro de suas expectativas e, assim, você passe a considerar a opção de retirar o dinheiro desta modalidade de fundo e aplicar em outros produtos com lastro em ativos financeiros, como fundos de ações, multimercados, cambiais ou, até mesmo, utilizá-lo para o consumo”, comenta.
O mesmo efeito ocorre perante a propensão ao consumo. Riberi explica que uma redução na taxa Selic pode, também, exercer uma influência nas famílias com um apetite para a compra de bens mediante a contratação de empréstimos. “Do ponto de vista das empresas, uma redução na taxa de juros, considerando as demais variáveis econômicas e os custos do negócio constantes, contribuirá para reduzir o custo da dívida, e, por consequência, a despesa financeira, viabilizando um incremento positivo ao lucro do negócio”, diz.
Para o Professor, a poupança deixou de ser uma forma de investimento atrativa, tendo em vista que, atualmente, temos a opção de indústria de fundos DI e Renda Fixa com rentabilidades estreitas, muitas vezes, sem a aferição de ganho real ao se descontar o efeito da inflação. “O setor financeiro trabalha hoje com a perspectiva de que os investidores mudem o seu comportamento, saindo de uma postura conservadora para migrar para produtos financeiros, ainda que sejam fundos com lastro em ativos que proporcionem renda variável, como carteiras de ações, moedas, e derivativos”, finaliza Riberi.