"Sistema funerário não entrará em colapso", afirma associação

“Sistema funerário não entrará em colapso”, afirma associação

Governo da cidade de São Paulo flexibilizou monopólio do serviço no município

Sabemi

Ontem (24), foi publicado um decreto que flexibiliza o monopólio existente no serviço funerário da cidade de São Paulo. Essa atitude reflete a preocupação do governo com um possível colapso do sistema funerário, como visto em alguns países. Os cemitérios particulares de SP apresentaram uma capacidade de atendimento a população maior do que os municipais.

“Nada indica que o sistema funerário vai chegar a esse ponto, pois os cemitérios e crematórios tem capacidade de suprir esse atendimento”, afirma Gisela Adissi, presidente da Associação dos Cemitérios e Crematórios Privados do Brasil (Acembra) e do Sindicato dos Cemitérios e Crematórios do Brasil.

Segundo João Lopes de Oliveira, sócio-fundador do Colina do Ipês, os cemitérios particulares têm condição de sepultar até mil vítimas da Covid-19 em 90 dias, três vezes mais que o movimento normal.

Principais pontos que devem mudar com o novo decreto:

  • O Serviço Funerário do Município de São Paulo poderá delegar a entidades privadas os serviços funerários previstos, mediante autorização enquanto durar a pandemia;
  • As empresas privadas devem ser credenciadas;
  • Caberá ao Serviço Funerário do Município de São Paulo a fiscalização dos serviços prestados por essas empresas;
  • Durante a pandemia da Covid-19, quando o diário de sepultamentos em cemitérios públicos no Município de São Paulo for superior a 400 (quatrocentos), serão aplicadas as seguintes regras:
    I – fica proibida a celebração de velórios no Município de São Paulo em locais públicos;
    II – fica autorizado o Serviço Funerário do Município de São Paulo, sob a coordenação da Secretaria Municipal das Subprefeituras, a determinar os locais de sepultamento dos falecidos, mesmo que diverso do local pretendido por seus familiares;
    III – fica autorizada a realização de sepultamentos em período noturno, compreendido entre às 18h (dezoito horas) e às 6h (seis horas).

Recentemente, foram abertas 400 sepulturas extras por dia no cemitério da Vila Formosa (Foto/Reprodução/Veja) para atender a demanda de mortes provocadas pelo coronavírus. A expansão do cemitério é uma das medidas do plano de contingência funerária anunciada esta semana pelo prefeito Bruno Covas.

Antes da pandemia, a média diária de covas abertas era de 50, depois aumentou para 100 e agora serão 400, conforme dados do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais.