Queda da movimentação de cargas foi de 10% quando foram contabilizados R$ 480 bilhões
A AT&M Tecnologia, registrou em abril, R$ 430 bilhões em movimentação de cargas em todo o país, queda de 23% em relação a março de 2020. Em relação à quantidade de documentos averbados (registro de cada movimentação de carga), a queda foi de 4%.
Na comparação anual, em relação a abril de 2019, a queda da movimentação de cargas foi de 10% quando foram contabilizados R$ 480 bilhões, com aumento de 20,7% no volume de documentos averbados (registro de cada movimentação de carga).
O sócio fundador, Vagner Toledo, destaca que a segunda quinzena de abril, apesar da pandemia do novo coronavírus, obteve desempenho mais positivo na comparação com a primeira quinzena do mês, com base nas movimentações diárias acompanhadas pela empresa. “Apesar de termos identificado um aumento significativo nas vendas com base nos CTes (Conhecimento de Transporte Eletrônico) transportados, o valor médio agregado caiu, tendência já identificada na primeira quinzena de abril.”
Toledo ressalta que o crescimento nas vendas pelo e-commerce colabora para explicar o aumento do volume de vendas, mas, com queda do valor agregado. Segundo ele, isso indica uma alteração no comportamento do consumidor que passou a comprar bens de menor valor agregado, que normalmente compraria de forma presencial, por meio eletrônico. O setor automobilístico por exemplo, teve forte queda na demanda por transporte, enquanto as empresas dos setores de alimentos e insumos no geral, registram menores quedas em seus serviços.
Com forte atuação há 30 anos no transporte de bebidas e alimentos, a Transvicon Logística, registrou queda de 30% na demanda por transporte em abril deste ano na comparação com o mesmo período de 2019, em relação a cervejas, refrigerantes, soja, café, embutidos, minérios, açúcar, entre outros. O diretor executivo, Emanoel Teixeira, explica que no mês de março, a queda foi apenas de 5% porque as pessoas realizaram grandes compras em supermercados com insegurança de um desabastecimento que não aconteceu em nosso país. Já em abril, muitos bares e restaurantes deixaram de funcionar diminuindo a demanda do comércio.
A Revesp Transportes, registrou queda de 77% na demanda de transporte do setor automobilístico. O diretor Erico Jacomini contou que todos os meses, a empresa atende cerca de 1 400 pedidos para transporte de várias partes do país, mas no mês de abril ocorreram apenas 350 pedidos por conta da queda das vendas na indústria automobilística, que foi paralisada pela pandemia do coronavirus. “Temos 28 caminhões disponíveis para esse segmento, mas utilizamos somente 10 caminhões em abril. Somente nos últimos três dias do mês de abril é que sentimos um leve aquecimento, mas que não tira a demanda negativa por transporte do mês”, explica ele.
Para os principais players do e-commerce varejista, a demanda por entregas tem aumentado durante a pandemia. Segundo Paulo Tibaldi, CEO da Rodoind Transportadora, especializada em transporte para o segmento do e-commerce há 5 anos, em abril a demanda por esse serviço aumentou 15% com expectativas de crescimento de 30% em maio, visto que a demanda por itens básicos tem contribuindo para o pico de vendas online de muitas lojas.
Metodologia da pesquisa
Vagner Toledo explica que, os dados de movimentação de cargas gerados pela AT&M, são exatos e contabilizados com base em documentos de Conhecimentos de Transportes (CT-es) ou na nota fiscal informados no momento do embarque pelo transportador. Ou seja, os indicadores da empresa não são construídos com base em pesquisa ou percepções de mercado, visto que a mesma mantém infraestrutura tecnológica formada por servidores instalados em um dos maiores data centers do mundo, para o registro diário da movimentação de cargas de mais de 26 mil transportadoras e embarcadores em todo o país. Portanto, os dados de movimentação de cargas registrados dia a dia refletem com segurança, o termômetro do transporte de cargas asseguradas do Brasil. Os dados registrados pela AT&M refletem o PIB do Transporte do país que pode ser considerado um termômetro da economia interna.