Beto Rubim, novo diretor da Solera Brasil, faz avaliações sobre o mercado segurador

Executivo fala sobre o desafio de dirigir a empresa de tecnologias digitais, faz avaliações sobre o setor e as atividades de vistoria de automóvel

Sabemi

Há dois anos, o centro de pesquisa automotiva Cesvi Brasil foi adquirido pela Solera Holdings (numa joint-venture com o Cesvimap, da Espanha). O grupo abrange, além do Cesvi, a Audatex, a Inpart e a AUTOonline.

No Brasil, em 2019, a Solera passou por uma mudança estratégica, trazendo, para a administração de seus negócios, Beto Rubim, executivo com mais de 20 anos de experiência nas áreas de TI e Operações. Ele tem a responsabilidade de liderar o departamento de vendas e expandir o portfólio de soluções da empresa.

O novo diretor disse que é um grande desafio assumir a empresa e poder implementar novas ideias. “Quando a Solera me convidou para tocar todo o processo, foi algo muito natural para mim. Apesar de eu ter um background de TI e Operações, sempre procurei ver a tecnologia como um meio, e não como um fim”, conta.

Ele ainda diz que pensa em começar a desenvolver produtos satélites. “Temos um sistema que já possui uma dimensão muito significativa. Tudo o que incluímos nele o deixa maior e mais complexo. Por isso, a estratégia seria desenvolver sistemas menores, que possam ser configurados mais rapidamente, de modo a agilizar a nossa entrega e agregar mais valor aos nossos parceiros”, compartilha Rubim

Em comparação ao Chile, segundo Rubim, o Brasil está muito atrás em relação ao PIB do seguro. “Há um potencial de crescimento muito grande. Hoje a nossa base de seguro no mercado está entre 25% e 30% da frota, e está muito concentrada nos carros novos, de um até quatro anos”, explica. Ainda segundo ele, a Susep está criando processos para incentivar as seguradoras a investir no nicho de carros mais velhos.

No setor de reparação, o diretor vê um avanço. “As montadoras estão se posicionando de maneira diferente, mas é difícil é dizer quando os carros vão voar, não sabemos se daqui a 10 ou 30 anos”, reflete. Mas, ele ainda acredita que não é o momento para discutir sobre as mudanças, pois as pequenas colisões vão continuar acontecendo.

Vistoria continua sendo importante

Para o diretor, o processo de vistoria continua sendo importante para o mercado segurador. “O que a Solera, como CESVI, em termos de orçamentação faz é alinhar objetivos, que às vezes podem ser contrastantes, entre as companhias de seguros e as oficinas”, relata.

Ele vê as tecnologias nesse segmento como falhas ainda, “o mercado tem hoje a identificação por imagem. No mercado isso ainda não está funcionando muito bem: as fotos ainda têm sombra, brilho, as inteligências artificiais confundem esses processos”. Mas, ele acredita que é algo que tem que ser lapidado.

“Temos uma base de dados de 80% do mercado, que abrange os últimos 15 anos, e eu estou tentando criar modelos preditivos. Esses modelos usam essa base de dados do passado para prever o futuro, saber a peça que será usada para o conserto e, assim, prever todo o orçamento”, conta.