Edital deve ser liberado até o final de agosto
Um edital para iniciar a venda de seguros nas agências dos Correios deve ser liberado até o final de agosto. A iniciativa chamou a atenção dos operadores do mercado de seguros, uma vez que a discussão sobre canais de distribuição de soluções securitárias arrasta-se há muitos anos.
De acordo com Barbara Bassani, sócia na área de Seguros e Resseguros na TozziniFreire Advogados, uma seguradora ou corretora deverá ser escolhida para realizar a comercialização destes produtos. “No caso de uma seguradora, o modelo seria de representação de seguros. Ou seja, os Correios seriam os representantes da seguradora selecionada. No caso da escolha de uma corretora, o modelo pode ser mais desafiador do ponto de vista prático e jurídico – dada a capilaridade dos Correios”, explica ao ser questionada se este modelo poderia ser inspirado no que atualmente é praticado pelas agências bancárias, que contam com representação de corretagem através de corretores ou empresas de corretagem selecionados especificamente para cada agência.
“A busca é por um contrato exclusivo, com um único parceiro que tenha capacidade para atendimento nacional”, completa Barbara. “Os canais de distribuição de seguros são os mais variados possíveis e tendem a ser cada vez mais difundidos, especialmente, nos meios digitais”, acrescenta.
A conexão entre negócios através das APIs e mudanças regulatórias devem acelerar este processo, na opinião de Barbara Bassani. “Com a evolução da tecnologia, e a possibilidade da chegada do Open Banking e do Open Insurance, a expectativa é promissora, mas depende muito ainda de regulamentação”, resume. “As seguradoras e os corretores precisam ficar atentos, pois existem muitos canais digitais de distribuição para serem explorados. Algumas empresas cresceram com a pandemia, especialmente, no e-commerce. O segurado clama por uma facilidade cada vez maior na contratação de seguros e parece que o setor já está bastante atento a isso. Porém, o uso da tecnologia precisa ir além da contratação da apólice, passando por outras etapas, como a regulação do sinistro, por exemplo”, alerta.
Segundo a sócia na área de Seguros e Resseguros na TozziniFreire Advogados, o mercado caminha para uma grande modernização em termos de legislação. “Essas mudanças são impulsionadas por um conjunto de fatores não apenas legais, mas também histórico, à luz do novo contexto em que vivemos. A pandemia trouxe um aumento na procura por coberturas intermitentes, algo que o regulador havia aprovado desde o ano passado”, comenta.
Para a especialista, a agenda de mudanças nos clausulados dos contratos de seguros contam com agenda positiva. “Em um futuro próximo (2021), ao levar em conta a norma colocada em Consulta Pública pela Superintendência de Seguros Privados (Susep) – que propõe a revogação do regramento atual sobre Seguros de Danos e a segregação entre Seguros de Grandes Riscos e Massificados. A Consulta Pública irá durar 50 dias e após a aprovação da norma, ainda deve existir um período de transição de 180 dias para adaptação dos produtos”, encerra.