Solange Beatriz Palheiro Mendes afirmou que sua grande motivação foi sempre a vontade de fazer as coisas acontecerem
“Todos nós devemos semear coisas positivas para as pessoas ao nosso redor e, dessa forma, nossa passagem por essa vida já terá valido a pena”, afirmou a Diretora-Executiva da CNseg, Solange Beatriz Palheiro Mendes, em 15/03, na primeira da série de lives “Trajetórias femininas: carreira, sonhos e conquistas”, organizada pela a Iniciativa FIS (Fórum Inovação Saúde) com lideranças femininas nesse mês de março, quando se comemora o Dia Internacional da Mulher.
Carioca, filha de gaúcha, Solange Beatriz contou à jornalista Viviane Alexandre, da FIS, que cresceu em uma família de mulheres muito fortes e sempre carregou um sentimento intenso de igualdade entre homens e mulheres. Sentimento reforçado pelo fato de que, como o pai e o avô, em razão das suas profissões, viajavam constantemente, eram as mulheres que assumiam a liderança da casa, indo do cuidado das crianças ao gerenciamento das finanças. Assim, disse ela, nunca acreditou que, por ser mulher, poderia deixar de alcançar aquilo que almejasse. “Felizmente, jamais encontrei barreiras em minha vida profissional pelo fato de ser mulher, o que não quer dizer que essas barreiras não existam”, afirmou.
Questionada a respeito de sua carreira profissional, Solange Beatriz, que é advogada, disse que iniciou como funcionária do Banco do Brasil, tendo sido cedida para o Ministério da Fazenda na época do 1º congelamento de preços, em 1986. Depois, foi para a Sunab, a Superintendência Nacional do Abastecimento, onde atuou como Procuradora Geral e, em seguida, para a Susep, onde passou a conhecer o setor de seguros e alcançou o posto de Diretora. Foi nessa época, relatou, que participou da construção do Projeto de Lei que resultou na Lei nº 9656, que regulamentou os planos de saúde, sendo esse um dos principais projetos que vivenciou. Em especial por ser um tema de alta relevância social como também pelos debates que envolviam uma diversidade de posições dos vários atores envolvidos. Onde todos tinham um objetivo comum de dar segurança e qualidade a saúde suplementar. Posteriormente, em 2000, convidada por José Serra, o Ministro da Saúde de então, para assumir uma das diretorias da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), onde cumpriu o mandato de quatro anos. Quando enfim deixou a agência reguladora, já aposentada pelo Banco do Brasil, foi convidada em 2005 para assumir a Diretoria de Saúde Suplementar da CNseg (então denominada Fenaseg), instituição onde atuou nos últimos 16 anos, e onde hoje ocupa o cargo de Diretora de Relações de Consumo e Comunicação, já tendo sido presidente da FenaSaúde.
A executiva da CNseg afirmou que, ao longo de sua trajetória, sua grande motivação foi sempre a vontade de fazer as coisas acontecerem e também a crença de que todos devemos perseguir valores como justiça, solidariedade, compaixão e respeito ao próximo. “Se as pessoas privilegiassem mais esses valores, teríamos um mundo melhor e não precisaríamos ficar enfrentando e falando de discriminação racial e de gênero, por exemplo”, afirmou.
Tendo uma filha juíza, uma médica e um advogado, além de uma vida profissional tão intensa, ao ser indagada sobre como conseguiu conciliar trabalho e família, Solange Beatriz afirmou que, apesar de ter querido poder passar mais tempo com os filhos, conseguiu conciliar relativamente bem as demandas domésticas e familiares com as profissionais, pois “quando existe afeto e amor nas relações, as deficiências podem ser superadas”. Além disso, ela considera que o fato de os filhos terem sempre testemunhado o seu empenho foi muito positivo para a formação deles.
Já ao fim do bate-papo, deixou seu conselho para as mulheres que a assistiam: “Sejam sempre firmes e determinadas. Busquem se capacitar, mas sem jamais deixar de acreditar em si e em sua capacidade. Sejam honestas em termos morais, sociais e intelectuais e jamais se valham de estereótipos femininos que queiram transformá-las em qualquer coisa que seja menos do que podem ser”.
A Iniciativa FIS é uma entidade sem fins lucrativos e suprapartidária criada para conectar e unir as maiores lideranças, empresas e associações da cadeia da Saúde, tanto do setor público, do privado e da academia, visando ajudar, de maneira colaborativa, a transformar a Saúde do nosso País, gerando discussões sobre os principais pilares do setor.
No mesmo dia, o projeto “Trajetórias femininas: carreira, sonhos e conquistas” entrevistou a antropóloga Maria Elizabeth Brea, da Fundação Darcy Ribeiro, que contou sua trajetória na defesa dos povos indígenas. A entrevista de Solange Beatriz Palheiro Mendes e de Maria Elizabeth Brea estão disponíveis no canal da Iniciativa FIS no Instagram e podem ser assistidas, clicando aqui.