Alper compra corretora de resseguros do C6

Alper compra corretora de resseguros do C6

Empresa está criando uma nova vertical de negócios dentro de uma das maiores corretoras de seguros do País

A Alper pagou R$ 26 milhões pela C6 Re — parte à vista, parte em parcelas que serão pagas até 2024.A C6 Re nasceu em 2019 da compra da Som.us, que havia sido fundada dois anos antes por Eduardo Toledo e operava como corretora de resseguros e também como uma assessoria para pequenas corretoras. Na época, o maior valor que o C6 viu no negócio foi a assessoria, que atendia mais de 2.000 corretores e podia servir como um canal de distribuição de outros produtos financeiros do banco.

A venda de hoje envolve apenas a corretora de resseguros, um negócio que não era mais tido como core para o C6. A empresa atende mais de 50 clientes, conectando seguradoras como SulAmérica, Tokio Marine e Zurich às principais resseguradoras brasileiras e internacionais. A C6 Re emitiu R$ 90 milhões em prêmios nos últimos 12 meses. O CEO da Alper, Marcos Couto, disse ao Brazil Journal que a operação de corretagem de resseguros deve responder, inicialmente, por entre 5% a 7% da receita da empresa. Mas com as sinergias comerciais esperadas, o plano é dobrar a receita da C6 Re já no primeiro ano pós-aquisição. “Já temos uma carteira com R$ 2 bilhões em prêmios e mais de 15 mil clientes. Agora, vamos fazer o cross-sell desse novo produto para todos esses clientes,” disse o CEO.

Apesar do cliente final da corretora de resseguros ser as seguradoras, Marcos diz que há potencial para gerar negócios direto com grandes empresas. Por exemplo, uma multinacional que tem um risco de R$ 1 bi e contrata uma seguradora para cobrir aquele risco recebe uma proposta que leva em conta também os custos que a seguradora tem para contratar o resseguro — que nem sempre é a opção mais barata. “Essa multinacional poderá procurar a gente e vamos estruturar o resseguro para eles comparando diferentes opções e trazendo uma maior eficiência de custos,” disse o CEO. A Alper Re será comandada por Toledo, que depois da venda da Som.us para o C6 se tornou o head de seguros do banco de Marcelo Kalim. Eduardo também será responsável por uma nova área de specialty insurance products, englobando produtos sofisticados como seguro aeronáutico, de obras de arte, joalheria e coleções — além de funcionar como uma plataforma para novas aquisições dentro deste nicho.

A empresa já tem um histórico robusto de aquisições, principalmente de pequenas corretoras. A empresa já fez 57 M&As desde que foi fundada em 2010; só nos últimos 12 meses, foram seis. A transação vem num momento positivo para a companhia, que em fevereiro ganhou a licitação para explorar a venda de seguros de saúde no balcão da Caixa. A transação — que deve ser transformacional para a empresa — foi aprovada há um mês pelo CADE, e a Alper está finalizando as integrações com o banco estatal para começar a operar nos próximos meses. Marcos diz que a Alper deve anunciar novas aquisições no curto prazo — tanto de corretoras que aumentem o tamanho de sua carteira quanto de empresas que lhe permitam entrar em novos segmentos, como administração de benefícios e assessoria de corretoras. A Alper vale perto de R$ 700 milhões na Bolsa. Os principais acionistas da empresa são a Brasil Capital, Leblon Equities, Pátria Investimentos e Indie Capital.

Fonte: braziljournal.com/