Webinar reuniu especialistas para discutir o papel do seguro em riscos de inundações e soluções para auxiliar a mitigação de riscos
O último relatório sigma do Swiss Re Institute “Catástrofes naturais em 2021: as comportas de inundação estão abertas” não deixou dúvidas: os eventos secundários mais uma vez foram responsáveis pela maioria das perdas seguradas por catástrofes naturais ao longo de 2021 e quase um terço da população mundial está exposta a riscos de inundações, mais do que qualquer outro perigo. Diante desse diagnóstico, a Swiss Re Corporate Solutions reuniu especialistas em um webinar para responder se as empresas estão preparadas para a próxima inundação.
Mediado pelo Vice-Presidente Executivo da companhia, Guilherme Perondi, o encontro teve a participação de Caroline Cabral, economista sênior do Swiss Re Institute; Emilio Mendez, engenheiro de risco sênior de Risk Engineering Services (RES) e Silvio Steinberg, Head Patrimonial & Riscos de Engenharia, ambos da Swiss Re Corporate Solutions Brasil.
No ano passado, as catástrofes naturais resultaram em uma perda econômica global total de US$ 270 bilhões e perdas seguradas de US$ 111 bilhões — a quarta maior nos registros sigma. Caroline reforçou que as mudanças climáticas têm causado eventos cada vez mais frequentes e mais extremos. “O ano passado foi, novamente, de intensa atividade de catástrofes naturais, gerado por mudanças climáticas e crescimento populacional”.
Os registros sigma mostram que as inundações são, de longe, o perigo natural mais frequente. Na última década, houve aproximadamente três vezes mais eventos de inundação do que os ciclones tropicais. As inundações também causaram mais de um terço de todas as fatalidades relacionadas a catástrofes naturais.
Perondi chamou a atenção para como o uso de tecnologias pode ajudar a prevenir perdas e acelerar a tomada de decisões em meio a eventos como esse. Mendez apresentou algumas das ferramentas tecnológicas utilizadas pela área de Engenharia de Riscos da companhia, por meio da qual, a partir de dados históricos e estatísticos, e com a simples inserção de um endereço, é gerada uma série de informações sobre os riscos do local, que ajudam na preparação para eventuais catástrofes.
O especialista também falou sobre os Guias de Prevenção de Perdas elaborados pela área, que apresentam o passo-a-passo para tratar de diversos riscos, dentre eles a inundação. Ele explicou que não é possível impedir as inundações, mas com organização é possível minimizar os riscos. “No caso de inundações, o cuidado deve começar pelo monitoramento e alerta, passando por análises de impacto, proteções físicas e estudos de continuidade de negócios. Os treinamentos e simulações são imprescindíveis, porque podem reduzir o tempo de resposta pela metade em caso de eventos”, alerta.
Mas, qual a diferença entre enchente, alagamento e inundação? De acordo com Steinberg, enchente é quando o nível das águas sobe, mas não transborda; alagamento é um acúmulo momentâneo de água e a inundação, transbordamento de um curso de água. “Além das perdas geradas pelo evento em si, é preciso conhecer quanto tempo o seu negócio ficaria parado em caso de uma inundação, por exemplo. É preciso aliar conhecimento e tecnologia”, afirma o executivo.