Setor passa pelas maiores adaptações da sua história para se moldar ao compartilhamento de dados de clientes entre empresas
A chegada do Open Insurance promete transformar o mercado de seguros no Brasil. Dividida em três fases, o setor já começou a se adequar às mudanças presentes e futuras, sendo a principal mudança, o novo Sistema de Seguros Aberto, que permite aos consumidores a possibilidade de compartilharem suas informações com diferentes empresas autorizadas pela Susep (Superintendência de Seguros Privados).
“Basicamente, esse novo termo tem sua importância no processo de digitalização de modo geral, visto que o open insurance ajuda a encurtar as jornadas de consumo, otimiza a relação custo-benefício e gera inteligência de negócios – graças ao uso correto de dados”, explica Iza Thereza, especialista de produto Open Insurance na Zappts.
O Open Insurance operacionaliza e padroniza o compartilhamento de dados e serviços por meio de abertura e integração de sistemas, processo similar ao que ocorreu recentemente com o Open Banking, em que os usuários passaram a compartilhar seus dados financeiros entre diversas instituições com segurança e praticidade.
Fases do Open Insurance
I – Open Data
A primeira fase, que teve início em 15 de dezembro de 2021 e se estende até 30 de junho de 2022, inicia o compartilhamento de dados públicos das seguradoras, como canais de atendimento e produtos disponíveis para seus clientes.
II – Compartilhamento de dados pessoais
A segunda fase, que tem início em setembro deste ano e vai até junho de 2023, consiste no compartilhamento de dados pessoais por parte dos clientes como: cadastro de usuários, movimentação dos clientes em relação ao produto e os registros de dispositivos eletrônicos.
III – Serviços
Por fim, a terceira fase que terá início em dezembro de 2022 e será finalizada em junho de 2023, tornará efetivados os serviços do Open Insurance, como acesso às modificações necessárias, resgate, portabilidade, aviso de sinistro, entre outros.
Desafios
O Open Insurance nasce para redesenhar o papel de todos os envolvidos no mercado de seguros, possibilitando a maior entrada de players e tornando a experiência digital ainda mais importante para a manutenção dos negócios.
Para Iza, os principais desafios do Open Insurance estão sendo: redefinir a jornada de experiência digital com os parceiros, mapear dados e integração entre sistemas e o cumprimento dos prazos legais.
“Os sistemas das seguradoras falam línguas diferentes, armazenam informações distintas e em locais diferentes. Realizar a padronização de tais dados e integração desses sistemas está sendo um grande desafio”, explica especialista de produto Open Insurance da Zappts.
O tempo também é um grande obstáculo para a implementação do ecossistema de Open Insurance, visto que é dividida em três etapas e seus prazos devem ser cumpridos de forma integral para que não ocorra atrasos no percurso.
Futuro
No mercado de seguros, e em todos os setores impactados pela transformação digital, a preocupação quanto à experiência do usuário tem sido cada vez mais relevante para a conquista dos objetivos estratégicos das empresas.
As seguradoras devem oferecer aos seus públicos a melhor experiência com seus produtos digitais, e se bem feito, certamente terão ao seu lado um grande diferencial competitivo, que pode determinar o sucesso ou fracasso com as mudanças feitas pelo Open Insurance.