Hospitalar 2022 reuniu especialistas em agenda de debates propositivos para o desenvolvimento da saúde no país
Alternativas para ampliar o acesso à saúde suplementar, a importância dos planos de saúde para a economia do país e os impactos da escalada de custos em saúde estiveram entre os principais pontos de discussão dos seminários e painéis com participação da FenaSaúde (Federação Nacional de Saúde Suplementar), na Hospitalar 2022. O evento, que aconteceu entre 17 e 20 de maio, consiste no maior ponto de encontro do mercado nacional de saúde.
No primeiro dia, 17/5, a diretora-executiva da FenaSaúde, Vera Valente, participou do painel “Regulação, oportunidades e desafios do setor”, promovido pela TM Jobs, junto do diretor-presidente da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar), Paulo Rebello, e do superintendente do IESS (Instituto de Estudos de Saúde Suplementar), José Cechin. “Os planos de saúde são como caixas d’água, que irrigam todo o sistema de saúde. Atualmente, 83% das receitas dos hospitais privados do país vêm dos planos de saúde, um mercado que representa 3% do PIB, movimenta R$ 245 bilhões por ano e gera 4 milhões de empregos”, disse Vera, ao destacar a importância das operadoras para a conjuntura econômica e de saúde nacional.
No segundo dia, 18/5, a FenaSaúde esteve presente no seminário organizado pela ANAHP (Associação Nacional dos Hospitais Privados), em que foi apresentada uma pesquisa de opinião inédita, realizada pelo DataPoder, sobre a percepção do brasileiro sobre a saúde. O trabalho, intitulado “A saúde que os brasileiros querem”, mostra que mais de 80% dos entrevistados enxergam os planos de saúde de maneira positiva, sendo 53% como ótimo e bom. As melhores avaliações estão na região Norte, com 64% da população satisfeita.
O evento também reuniu representantes das campanhas de saúde de candidatos à Presidência da República. Estavam presentes Denizar Vianna, professor titular da Faculdade de Medicina da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e ex-secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde (SCTIE); Humberto Costa, senador e atual presidente da Comissão de Direitos Humanos do Senado; Leandro Piquet, professor e coordenador do Programa partido Novo; e Osmar Terra, deputado federal (MDB), além de diretores-executivos de diversas entidades do setor. A moderação ficou a cargo de Antônio Britto, diretor-executivo da ANAHP. Representando a FenaSaúde, a diretora-executiva ressaltou a importância da ampliação da integração entre o SUS e saúde suplementar, de modo a ampliar e aperfeiçoar o cuidado com a saúde do brasileiro.
Ainda no mesmo dia ocorreu o debate sobre o “Futuro da Saúde no Brasil e no Mundo”, durante o Congresso Internacional de Serviços de Saúde (CISS). Vera Valente representou a FenaSaúde e dividiu a mesa com o presidente da Abramge, Renato Casarotti; e o presidente da Unimed Brasil, Omar Abujamra Jr. Na ocasião, a executiva defendeu revisões no marco legal da saúde suplementar, de modo a ampliar o acesso dos brasileiros à saúde. “O plano ambulatorial puro, focado em consultas e exames, seria uma alternativa de acesso ao sistema privado de saúde por aqueles que hoje não têm condições de contratar um plano de saúde completo e dependem exclusivamente do SUS. Hoje, as operadoras só podem oferecer planos ambulatoriais com emergência por 12 horas e terapias, e isso encarece muito o preço do produto. É preciso criar alternativas que caibam no bolso do brasileiro”, destacou a executiva, explicando desdobramentos da ampliação da saúde suplementar em todo o sistema de saúde.
Por fim, a FenaSaúde esteve presente no fórum organizado pelo Cbexs (Colégio Brasileiro de Executivos em Saúde), no painel “Transformações no sistema com os novos modelos de negócios”, com participação de Sipriano Ferraz, superintendente de Saúde Adjunto do Estado do Pará; Leandro Reis, vice-presidente médico e de serviços externos da Rede D’Or São Luiz; e Luís F. V. Joaquim, sócio da Life Science e Health Care da Deloitte. Na ocasião, a diretora-executiva da FenaSaúde destacou que o Brasil tem uma das incorporações mais ágeis do mundo no Rol da ANS e que as operadoras realizam esforços constantes para combater o desperdício, assim buscando sustentabilidade aos serviços de excelência. Também destacou a necessidade de se evoluir no desenvolvimento de indicadores que possibilitem a criação de modelos de remuneração mais focados nos desfechos clínicos, respaldados nas melhores práticas da medicina baseada em evidências.