Dra. Marina Trindade, médica de Família e Comunidade, destaca que doenças pulmonares e cardiovasculares estão entre as mais comuns
O mês de maio propõe a conscientização sobre os efeitos da nicotina na saúde. O Dia Mundial sem Tabaco, celebrado em 31 de maio, alerta sobre o tabagismo, a principal causa de morte evitável no planeta. De acordo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o tabaco está diretamente associado ao óbito de 8 milhões de pessoas por ano no mundo – 7 milhões de usuários e cerca de 1,2 milhão de não-fumantes expostos ao fumo passivo.
O tabagismo é reconhecido como uma doença crônica causada pela dependência à nicotina e com efeitos diretos sobre a saúde, como ressalta a médica de Família e Comunidade da rede de clínicas Meu Doutor Novamed, Marina Trindade Simões de Faria: “A nicotina estimula o sistema nervoso central, sendo capaz de alterá-lo, provocando mudanças no humor, na percepção, no estado emocional, no comportamento e na aprendizagem, gerando dependência física e psicológica.”
Diante desse cenário, a especialista aponta as principais doenças associadas ao tabagismo. “Além das doenças crônicas não transmissíveis – como as cardiovasculares, diabetes e câncer –, podemos também listar as doenças pulmonares, como o enfisema e a asma, assim como também o infarto e as úlceras gástricas”. Ela complementa que, no atendimento aos fumantes dentro da rede Meu Doutor Novamed, as doenças pulmonares e as cardiovasculares estão entre as mais comuns relacionadas ao tabaco.
Atenção aos impactos à saúde
Entre os principais efeitos de longo prazo à saúde dos fumantes, estão:
- Redução da função pulmonar;
- Aumento da frequência de tosse;
- Chiado e ruídos torácicos;
- Risco aumentado em 30% de câncer de pulmão;
- Risco aumentado em 24% de infarto do miocárdio;
- Aumento do risco de câncer de seios da face;
No caso dos fumantes-passivos – que não fazem uso ativo do tabaco, mas estão expostos às substâncias tóxicas da fumaça –, estes são os principais sintomas listados pela médica da Meu Doutor Novamed:
- Irritação nos olhos;
- Dor de cabeça;
- Dor de garganta;
- Tosse frequente;
Diagnóstico e cuidados
O tabagismo tem raízes multifatoriais. Por isso, é necessário ter estratégias e traçar uma série de ações para garantir a interrupção do uso do tabaco. “O cuidado integrado, junto ao atendimento multidisciplinar, é fundamental na recuperação do paciente. Temos visto um número menor de pacientes que são tabagistas nos consultórios. E esses pacientes, quando vêm, mostram em sua grande maioria um desejo de cessar o uso e fazer o tratamento”, ressalta Marina Trindade.
O primeiro diagnóstico da dependência do tabaco é feito por meio do reconhecimento do próprio indivíduo sobre o consumo. A médica destaca a importância de estar atento ao cenário clínico e buscar orientação do profissional de saúde.
“É possível ter o reconhecimento do paciente sobre a dependência por meio de questionário escrito ou mesmo quando perguntado pelo profissional de saúde. Podemos classificá-los como ativo e passivo – quando convive com fumantes –, como tabagista de uso de tabaco não fumado – quando este é mastigado – e ainda em tabagista regular, em fase de experimentação ou ex-fumante”, complementa a médica de Família e Comunidade da rede Meu Doutor Novamed.