Desde o dia 1º de agosto, pacientes podem realizar sessões com psicólogos, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e fisioterapeutas sem um limite determinado, de acordo com a indicação médica. A medida decretada pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) determina que os planos de saúde são obrigados a cobrir quantas consultas e terapias forem necessárias para tratar o paciente.A medida, que beneficiará 44,9 milhões de usuários de planos de saúde, de acordo com o último dado disponível pela ANS, em abril, trará um alivio aos beneficiários dos planos de saúde que utilizam as diversas terapias contempladas pela medida.
Por outro lado, se não houver uma utilização consciente, obedecendo à pertinência técnica, haverá um incremento significativo nos custos dessas terapias, sem um resultado clínico satisfatório. “Não há dúvidas de que essa medida beneficia também as empresas, já que a atenção à saúde mental minimiza custos com absenteísmo, aumenta o presenteísmo e a produtividade, evitando a judicialização de casos mais graves onde as terapias têm indicação de tratamento contínuo”, comenta Claudia Machado, VP de Benefícios da Howden Harmonia Corretora de Seguros.
Segundo a executiva, durante a pandemia, com a necessidade de isolamento e distanciamento social “houve uma procura elevada para as psicoterapias, fazendo com que o segmento de saúde suplementar, por determinação da ANS, disponibilizasse ferramentas para teleatendimento, assim como outras iniciativas para atender a população que não tem plano de saúde como, por exemplo, os Conselhos Regionais de Psicologia, que disponibilizaram atendimentos gratuitos para tratar a saúde mental”.
E qual é a consequência para os planos de saúde corporativos e pessoa física? De acordo com Claudia Machado, o impacto financeiro para todos os planos de saúde é inevitável. “Nos clientes da corretora notamos que, de 2021 para 2022, houve um aumento de 50% nas teleconsultas, incluindo médicas e psicoterapias. Isso representa um impacto financeiro considerável de, em média, 30% no custo das terapias, o que acarretará um aumento na sinistralidade geral e, consequentemente, nos reajustes das apólices de saúde”, explica Claudia.