Sistemas com inteligência artificial e aprendizagem de máquina ajudam a identificar e evitar golpes, roubo de dados, chargebacks, uso de cartão roubado ou clonado
A partir de 1º de novembro, o Pix passará por uma série de mudanças, conforme anunciado pelo Banco Central. Entre as principais novidades está a imposição de limites para transações realizadas em dispositivos não cadastrados, com o objetivo de reforçar a segurança e combater fraudes, especialmente no comércio eletrônico, preocupação crescente no Brasil. No entanto, essas medidas, embora importantes, não bastam para proteger totalmente lojistas e consumidores, sendo essencial adotar outras estratégias de segurança para prevenir fraudes em diferentes meios de pagamento.
Leonardo Moreira Gomes, CEO da Paytime, fintech especializada em soluções de pagamento digital, explica que um parceiro confiável para transações financeiras é a primeira e mais importante linha de defesa contra golpes. “Um bom gateway de pagamentos apresenta sistemas que verificam informações fundamentais na prevenção de fraudes nas transações, como endereço de faturamento, verificação dos 6 primeiros dígitos do cartão e confirmação do padrão do intervalo de tempo entre as transações, por exemplo”, destaca.
O especialista explica que esse tipo de tecnologia, que atua como um intermediário entre o cliente, o comerciante e as instituições financeiras, permite detectar diversos tipos de fraudes. “Um sistema robusto identifica e evita golpes, roubo de dados, chargebacks, que significa contestação ou reversão de compra, além do uso de cartão roubado ou clonado”, detalha Gomes.
A grande diferença entre um gateway básico e avançado, segundo o CEO da Paytime, está na tecnologia envolvida. Inteligência artificial e machine learning desempenham um papel crucial na detecção de ações fraudulentas em tempo real. “O machine learning possibilita que o sistema aprenda com os dados e identifique comportamentos suspeitos antes que uma transação seja concluída, realizando a detecção de movimentações suspeitas em tempo real, com tomadas de decisão mais rápidas e mais assertivas através da análise de grandes volumes de dados, que um humano não conseguiria fazer com tanta precisão”, explica Leonardo.
Além disso, gateways de pagamentos avançados devem atender a normas internacionais de segurança, como a certificação PCI-DSS. Esse conjunto de regras garante que todas as empresas responsáveis por processar, armazenar ou transmitir informações de cartões de crédito estejam em conformidade com os mais altos padrões de segurança. A adesão ao PCI-DSS também é um sinal claro de que o gateway escolhido está comprometido com a proteção dos dados dos clientes.
Leonardo reforça que a má escolha neste caso não compromete apenas o caixa da empresa, mas também sua imagem no mercado. “Um gateway inadequado não oferece flexibilidade nas formas de pagamento, sistema antifraude e criptografia de ponta, além de geralmente não estar de acordo com as normas de segurança. Isso expõe o negócio a fraudes, roubo de dados e maior índice de carrinho abandonado, gerando prejuízos financeiros, mas também manchando a reputação da empresa no mercado”, assegura o especialista.
Na hora de escolher um gateway de pagamentos, Leonardo Moreira Gomes recomenda que os lojistas considerem critérios essenciais, como a capacidade de integração com outras plataformas, novas tecnologias, a flexibilidade para análises manuais e, claro, o custo-benefício. “Esses fatores garantem que o sistema escolhido será eficaz tanto em termos de segurança quanto em termos operacionais”, finaliza.