Além de destacar o potencial do mercado paulista, Patricia Chacon
apontou oportunidades para o seguro e apresentou as frentes de trabalho
do sindicato.

Na sua segunda participação em almoço do Clube dos Corretores de
Seguros de São Paulo (CCS-SP), no dia 8 de julho, no Terraço Itália,
desta feita como presidente do Sindicato das Seguradoras de São Paulo
(Sindseg-SP), Patricia Chacon trouxe uma agenda bastante positiva.
Recebida pelo mentor Álvaro Fonseca e diretoria do CCS-SP, ela
apresentou o tema “Perspectivas do Mercado Segurador: Tendencias &
Oportunidades 2025+“, tratando de questões que podem impactar o futuro
do setor.

Acompanhada pelos diretores do Sindseg-SP, Fernando Grossi e Alexandre Nunes de Oliveira, além do diretor Executivo Fernando Simões, Patricia Chacon trouxe números que demonstram a pujança do mercado paulista de seguros. No primeiro trimestre do ano, São Paulo somou quase R$ 17 bilhões em prêmios, registrando crescimento de 12% em relação ao
mesmo período do ano anterior, o que representa o dobro do alcançado
pelo mercado nacional.

São Paulo detém a maior representatividade no mercado segurador,
respondendo por 40% dos prêmios no país. É um resultado admirável”,
disse, acrescentando que existe potencial para crescer mais. Não por
acaso, a perspectiva do mercado de seguros nacional é atingir 10% do
PIB até 2030, de acordo com o Plano de Desenvolvimento do Mercado
Segurador (PMDS), lançado pela CNseg. Patricia Chacon considera a meta
do mercado arrojada, mas observa que é preciso aproveitar as
oportunidades.

Uma das oportunidades que ela enxerga tem a ver com a mudança de
comportamento do consumidor, que, atualmente, valoriza ofertas
personalizadas. “Em seguros, temos dados para conhecer quem é o
cliente, se tem filhos ou acabou de se casar ou está mudando de casa.
Por isso, é possível fazer oferta personalizada, inserindo nas
apólices assistências, RCF e outras coberturas”, disse. Outra
oportunidade para o mercado, a seu ver, é proporcionar novas
experiências ao segurado.

“A experiência que entregamos na hora do sinistro vence o jogo. Hoje,
não se trata mais de produto ou preço apenas, mas das entregas que
fazemos”, disse. Nesse aspecto, Patricia Chacon acredita que a
inteligência artificial pode ser uma grande aliada. Ela lembrou que
até pouco tempo atrás, muitos segmentos temiam a IA, caso das
agências de viagens, concessionárias de veículos e até a corretagem
de seguros. Contrariando previsões, todos estes segmentos continuam e
em crescimento.

“Os corretores de seguros já são digitais, pois atendem aos seus
clientes até por whatsapp. Porém, o atendimento humano continua
essencial“, disse. Para a presidente do Sindseg-SP, o uso das
ferramentas digitais é uma tendência que mudará a forma como se
consome e organiza conteúdo. “Mas, não esperamos que mude radicalmente
a distribuição de seguros. O corretor é fundamental, pois conhece o
cliente e os produtos, além de ser um agente de transformação do
mercado”, disse.

Novas frentes do Sindseg-SP

Segundo Patricia Chacon, o Sindseg-SP está preparando uma agenda
relacionada às mudanças climáticas. “O mercado de seguros tem as
informações sobre os danos que os eventos climáticos causam à
população, além de possuir capacidade preditiva. Por isso, a ideia é
compartilhar esses dados com os órgãos públicos”, disse. Em outra
frente, o objetivo é garantir que tais riscos tenham cobertura,
evitando situações como a do Sul, em que poucas residências possuíam
cobertura para alagamento.

As recentes mudanças regulatórias também estão na mira do
Sindseg-SP. Patrícia Chacon destacou o novo Marco Legal dos Seguros
(Lei nº 15.040/2024), que entra em vigor em dezembro, como um dos mais
importantes. “haverá mudanças fundamentais, como nas operações de
sinistros, que farão diferença no dia a dia”, disse. Ela citou, ainda,
a Lei Complementar nº 213/2025, que regula a atuação de cooperativas
e associações de proteção patrimonial como operadoras de seguros.

Patricia Chacon considera positiva a regulamentação. “Nada pior para o
mercado do que ter um concorrente que não joga pelas mesmas regras.
Entendemos que todos devem ter requisito de capital e transparência”,
disse. Questionada durante os debates sobre como o mercado poderia
concorrer com as associações, ela sugeriu investir em produtos de
entrada mais acessíveis. “Nossa missão é ofertar seguros mais enxutos
para que o cliente tenha alternativas para permanecer no mercado“,
disse.

Homenagem

Encerrando o evento, o mentor do CCS-SP agradeceu a participação da
presidente e diretores do Sindseg-SP. Durante o almoço, Álvaro Fonseca e o secretário Gilberto Januário abriram espaço para uma homenagem especial ao fundador e ex-mentor Henrique Elias, que completou 90 anos em junho. Ambos entregaram uma placa para ele. “Agradeço a você e a
todos que fundaram o Clube há quase 53 anos atrás. O Elias é motivo
de orgulho para o Clube e exemplo de profissional e ser humano.
Parabéns”, disse o mentor.

Patricia Chacon
Mesa da diretora (Gilberto Januário, Fernando Grossi, Patricia Chacon, Álvaro
Fonseca, Boris Ber e Alexandre Oliveira)
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Patricia Chacon e Alvaro Fonseca scaled
Alvaro Fonseca Henrique Elias e Gilberto Januario

Fotos: Antranik Photos