“Gap de proteção no Brasil é de R$ 420 bilhões em prêmios de seguros.” É o que apontou o vice-presidente Financeiro, Atuarial e de Tecnologia do IRB(Re), Rodrigo Botti, durante apresentação na Fides Rio 2023. O executivo defendeu um modelo de crescimento “mais alinhado ao modelo de países desenvolvidos” e ressaltou que, após 15 anos de mercado aberto, o setor ressegurador brasileiro precisa avançar com qualidade. “É necessário diminuir o gap de proteção e aumentar o total de ativos das seguradoras para que o setor possa contribuir com o crescimento econômico”, afirmou.
Baseado em trabalho realizado pela consultoria E&Y, o setor de resseguros registrou expansão de 12%, porém o gap de resseguro, no mesmo período, subiu 20%. “O mercado brasileiro de resseguros registrou apenas um pequeno aumento na retenção de riscos, com uma grande migração de prêmios para fora do país”, disse ele que complementou: “É preciso escolher entre o modelo americano, que aposta no uso do colateral associado ao mercado segurador, e o europeu, que incentiva a presença local”.
Botti sinalizou alguns movimentos que devem ser priorizados no Brasil, a exemplo de países desenvolvidos. Entre eles, incentivo à retenção de riscos, proporcionando aumento da poupança interna, e alteração nas regras de investimento a fim de promover mais flexibilidade para o uso de imóveis como ativos garantidores. Apesar dos desafios, o vice-presidente do IRB(Re) destacou que há muitas oportunidades no mercado brasileiro, inclusive por meio de parcerias público-privadas: “O Brasil tem, por exemplo, mais de R$ 1 trilhão de bens públicos, estradas e hospitais sem cobertura securitária”.