Estudos mostram que falha mecânica do veículo não é o fator predominante para colisões
O Maio Amarelo, iniciativa desenvolvida no Brasil e compartilhada em outros países, tem o propósito de conscientizar a sociedade para que não cometa equívocos na hora de dirigir.
Aproveitando esse programa, nesta quarta-feira (25), a Academia Nacional de Seguros e Previdência (ANSP) junto ao Sindicado das Seguradoras de São Paulo (Sindiseg) promoveram um debate a fim de discutir as causas dos acidentes e fomentar projetos para diminuir a sinistralidade no trânsito.
O Brasil é o quarto país na América com mais mortes no trânsito, segundo pesquisa da Organização Mundial da Saúde (OMS). Com esse alto índice de sinistralidade, o setor de seguros é impactado a cada ano tanto na proteção de automóveis, quanto na carteira de vida.
O presidente do Observatório Nacional de Segurança Viária, José Aurélio Ramalho define a situação como um problema dos condutores que não seguem devidamente as normas de segurança. “Quando você se envolve em um acidente de trânsito, qual é a desculpa que daria?”, indaga Ramalho. Ele explica que os condutores têm a velha dificuldade em não assumir a culpa e essa resistência é fruto da cultura brasileira.
De acordo com o executivo, a cada 12 minutos há uma ocorrência nas vias do país. Ele chama a atenção ao impacto social que isso causa, pois a sinistralidade atinge diversas carteiras de seguro dependendo do grau da colisão.
Segundo dados da Susep, no ano passado o mercado segurador pagou mais de R$ 11 bilhões em indenização por tragédias no trânsito. Além de afetar a carteira de automóveis, os eventos também
acionam carteiras de vida, previdência, responsabilidade civil, habitacional, entre outras.
Projeto Recomeço
Ramalho explica que o programa tem como obrigação encaminhar vítimas de acidentes que ficaram com graves sequelas, para entidades de reabilitação física, esportiva e profissional. A intenção é tentar recolocar o paciente no mercado de trabalho além de fazer um importante trabalho social.
O diretor-executivo da RF Soluções Corporativas e Consultoria, Neival Rodrigues Freitas aponta que é necessário inserir programas de educação de trânsito nas escolas com a intenção de formar melhor o futuro motorista. “Os condutores devem parar de pensar no fator multa e olhar mais para o risco de vida que está sofrendo”, pondera Freitas. Segundo ele, as campanhas de conscientização são imprescindíveis na sociedade para implantar educação no trânsito brasileiro.