De acordo com a Fenasaúde, mesmo com a baixa de beneficiários de saúde suplementar, as assistências continuam em alta

Saúde Suplementar: saída acentuada de beneficiários não reduz números assistenciais do setor

Levantamento da FenaSaúde mostra que segmento realizou mais de 1,4 bilhão de procedimentos mesmo com menos 1,5 milhão de beneficiários em 2016

Sabemi

A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) divulgou o Mapa Assistencial 2016, que apresenta informações sobre o atendimento prestado pelas operadoras de planos de saúde de assistência médico-hospitalar e odontológica no país. A publicação reúne dados sobre internações, consultas, exames, terapias e serviços odontológicos. A partir da análise desses indicadores, a Federação Nacional de Saúde  Suplementar (FenaSaúde) constatou que o volume total de procedimentos do segmento de planos de saúde aumentou em 6,4% em relação a 2015 –  totalizando 1,465 bilhão de procedimentos. Entretanto, o ano passado foi marcado pela perda de 1,5 milhão de beneficiários de planos de saúde, totalizando 47,7 milhões em dezembro.
“Esses números mostram que o setor não tem problema de entrega, já que são mais de 4 milhões de procedimentos por dia. Muito pelo contrário, a queda elevada do número de consumidores não levou a diminuição da quantidade de procedimentos pagos pelas operadoras. O que se vê hoje no setor é o aumento das despesas assistenciais acima das receitas, com maior entrega do que o ano anterior e um número menor de consumidores. Essa conta não fecha. É preciso se indagar as razões dessa expansão”, questiona a presidente da FenaSaúde, Solange Beatriz Palheiro Mendes.
Segundo a executiva, estima-se que aproximadamente 30% dos gastos em saúde no Brasil são desperdícios. “Chama atenção o crescimento da quantidade per capita de exames complementares, como tomografia computadorizada (21%) e ressonância magnética (25,2%) em dois anos. Dentre as razões para esse salto, podem estar a má formação médica e incentivos financeiros de hospitais, médicos e laboratórios que, na maioria das vezes, são remunerados por procedimentos prescritos, o modelo conhecido como fee for service”, explica Solange Beatriz.
Todos os itens elencados no Mapa Assistencial 2016 – consultas médicas, outros atendimentos ambulatoriais, exames complementares, terapias e procedimentos odontológicos  – apresentaram crescimento na comparação com 2015, com exceção de internações. Embora internação tenha registrado retração de 1,1%, na verdade, levando-se em consideração a redução de 2% do número de beneficiários entre os dois períodos, pode se concluir que houve aumento per capita de 2,4%.
Atualmente, a Saúde Suplementar tem aproximadamente 70 milhões de beneficiários, sendo 47,3 milhões de assistência médica e 22,5 milhões de planos exclusivamente odontológicos.    

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