Cobertura médica, extravio de bagagem e reembolso: o que considerar para viajar com mais segurança e menos imprevistos

Planejar uma viagem vai muito além de escolher o destino ou garantir as passagens com antecedência. Cada vez mais, o seguro de viagem passa a ser considerado um item indispensável na bagagem.

Só no primeiro bimestre de 2024, o setor de seguros registrou alta de 9,5% — em comparação com o mesmo período do ano anterior —, movimentando R$ 143,1 milhões, segundo dados da Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg). O crescimento reflete a mudança no perfil do viajante, que valoriza não apenas o lazer, mas também a segurança ao longo do percurso.

O que é seguro-viagem e qual seu papel?

O seguro de viagem oferece cobertura para imprevistos que podem acontecer antes ou durante a viagem. Isso inclui despesas médicas e hospitalares, extravio de bagagem, cancelamentos de voos, problemas jurídicos e até repatriação, em casos mais extremos.

Funciona como uma espécie de rede de proteção, acionada sempre que algo sai do previsto. Imagine uma conexão perdida, por conta de um atraso, o que obriga o passageiro a pernoitar em outra cidade.

Em situações assim, o seguro pode oferecer reembolso por custos com alimentação, transporte e hospedagem, desde que esses itens estejam descritos na apólice contratada. É uma maneira de transformar um contratempo em uma experiência menos traumática.

Viagens internacionais exigem atenção redobrada

Em destinos internacionais, o seguro pode ser exigido para a entrada no país. É o caso dos membros do Tratado de Schengen, que abrange boa parte da Europa e obriga estrangeiros a apresentar uma apólice com cobertura mínima de 30 mil euros para atendimentos médicos. A medida visa proteger tanto os viajantes quanto os sistemas públicos de saúde locais.

Já em lugares como Estados Unidos, Canadá e Japão, nos quais a saúde particular tem custos elevados, o seguro funciona como um escudo contra gastos imprevistos e potencialmente muito altos.

Vale destacar que muitas embaixadas recomendam o seguro mesmo quando ele não é obrigatório, especialmente em viagens de longa duração ou para atividades de maior risco, como esportes ou turismo em áreas remotas. 

Viagens dentro do Brasil também pedem precaução

Embora o seguro-viagem não seja obrigatório em deslocamentos nacionais, ele pode ser uma alternativa útil para quem pretende visitar regiões com pouca infraestrutura médica ou fazer trajetos mais longos. No Brasil, as seguradoras oferecem produtos com coberturas adaptadas à realidade local, incluindo consultas, exames, assistência farmacêutica e até orientação jurídica por telefone.

Em casos de voos domésticos com múltiplas escalas, o seguro também ampara o viajante diante de atrasos ou perda de conexões, oferecendo alternativas para que o prejuízo não comprometa todo o roteiro.

O que analisar antes de contratar?

Escolher um seguro de viagem não deve se basear apenas no preço. O primeiro passo é entender o perfil da viagem: destino, duração, tipo de atividades planejadas e eventuais necessidades específicas, como gestação, doenças crônicas ou prática de esportes.

Entre as coberturas mais comuns, destacam-se:

● Atendimento médico e hospitalar por emergência;

● Repatriação médica ou funerária;

● Indenização por extravio ou roubo de bagagem;

● Cancelamento ou atraso de voos;

● Cobertura para doenças preexistentes;

● Assistência odontológica e jurídica;

● Reembolso por despesas com hospedagem, transporte e alimentação, em caso de atrasos prolongados.

Outro ponto importante é a forma de acionamento do seguro.Algumas empresas trabalham com reembolso, exigindo a apresentação de notas fiscais e documentação, enquanto outras oferecem atendimento direto em hospitais conveniados. Saber como funciona esse processo pode evitar frustrações.

Quando o seguro faz diferença?

O seguro-viagem costuma ser mais procurado em períodos de alta temporada, como férias escolares e feriados prolongados, quando o fluxo de passageiros aumenta, e com ele, o risco de atrasos e extravios. Mas ele também faz diferença em viagens de curta duração, especialmente quando envolve deslocamentos aéreos ou rodoviários de longa distância.

O custo de um plano básico é relativamente acessível, se comparado às despesas que podem surgir, por conta de um simples atendimento médico fora da cidade de origem. Mais do que um investimento financeiro, o seguro oferece tranquilidade. Em muitos casos, ele evita que um problema menor se transforme em um prejuízo grande.

Uma viagem segura começa antes da partida

O aumento na contratação de seguros mostra que o perfil do viajante mudou. A empolgação com novos destinos continua sendo parte do processo, mas agora ela anda ao lado de uma postura mais consciente. Assim como escolher uma boa hospedagem ou checar a previsão do tempo, garantir cobertura para imprevistos tornou-se parte do planejamento.

Mesmo que muitas pessoas nunca precisem acionar o seguro, tê-lo torna a viagem extremamente mais agradável, sem grandes preocupações e com uma maneira fácil de solucionar qualquer obstáculo.