investimento-financeiro

MAPFRE Investimentos: expectativa sobre o consumo das famílias

Sabemi

Resultados de pesquisas devem indicar se há retomada do crescimento da economia brasileira

 A Pesquisa Mensal do Comércio, divulgada na semana passada, apontou a terceira alta consecutiva na margem de vendas do comércio varejista. Nesta semana seguiremos com divulgações de pesquisas importantes: a nota de política monetária e operações de crédito pelo Banco Central, na quinta-feira (24); e a Sondagem do Comércio e do Consumidor, pela FGV, na sexta-feira (25). Os resultados indicarão se o consumo das famílias, principal motor do nível de atividade, apresenta finalmente crescimento sustentado, condição relevante para o tão aguardado crescimento da economia brasileira.

Alguns fatores vêm favorecendo o consumo das famílias nos últimos meses. Entre estes está o recuo da inflação. É verdade que a redução inflacionária não é virtude exclusiva da economia brasileira e pode ser observada em outros países, inclusive da América Latina. Ou seja, fatores externos estão entre suas causas. De qualquer modo, essa desinflação tem o mérito de conter a corrosão salarial real e preservar o poder de compra. A depender do comedimento inflacionário, a sustentação da renda real pode beneficiar o consumo das famílias.

Por outro lado, nada indica que as concessões de crédito para pessoas físicas constituirão vetor de impulso ao consumo. Dados de concessões correntes, quando dessazonalizados e deflacionados, estão aquém dos observados no passado e sem dinamismo na margem. A recuperação dessas concessões daqui para frente estará comprometida por dois fatores, que inspiram cautela tanto dos ofertantes quanto dos demandantes de crédito: o elevado nível de inadimplência e o comprometimento atual da renda das famílias, com o pagamento de empréstimos contratados no passado.

Além da renda real e das concessões de crédito, a confiança dos consumidores também condiciona as vendas do comércio varejista. Pesquisas da Fecomércio e da CNI não demonstram crescimento da confiança do consumidor ultimamente. Pelo contrário. Nota-se, por meio dos componentes da pesquisa, que o mercado de trabalho segue prejudicando a retomada da confiança do consumidor.

 

Em suma, é verdade que a recuo da inflação favorece o consumo. Por outro lado, as concessões de crédito e a confiança do consumidor são vetores de contenção das vendas do comércio varejista. Diante disso, nossa opinião é de que consumo deve permanecer contido no médio prazo. Se houver crescimento relevante, este não será sustentado. Isso não significa, entretanto, que a contenção do consumo será uniforme em todos os segmentos e em todas as regiões do país. Seguimos atentos aos riscos e oportunidades desse cenário.

Gestão

Continua o movimento de aversão a risco nos mercados internacionais, primeiramente por conta de um possível enfraquecimento do governo Trump, decorrente da perda de apoio político e da saída do estrategista-chefe Steve Bannon do governo após o episódio de Charlottesville. Outro fator que trouxe apreensão dos investidores foi o ataque terrorista em Barcelona. Apesar de as bolsas americanas apresentarem variação semanal abaixo de 1%, os investidores seguem preocupados. No mercado local, a alta no preço das commodities ajudou a sustentar a alta no Ibovespa. Com isso, o real se valorizou frente ao dólar, 0,67% cotado a R$ 3,1472.

No mercado de ações, o destaque positivo da semana foi para as ações da B2W que avançaram 31,34%, um total de 6 pregões consecutivos de alta após a divulgação de resultados acima do esperado pelo mercado. Outro destaque positivo ficou com as ações da Estácio que avançaram 15,68% após divulgação de aumento de participação acionária do fundo Advent. Já pelo lado negativo, as ações da Sabesp lideraram as maiores perdas da semana, com queda de 7,29%, após à divulgação de seu resultado trimestral abaixo do previsto.

Já no mercado de renda fixa, o mercado seguiu a mesma cautela dos mercados internacionais. Destaque para o tema fiscal que tem tomado a atenção dos investidores locais. Com isso, os vencimentos mais longos demonstraram maior sensibilidade ao cenário adverso, registrando as altas de taxas. Os destaques da semana foram: Jan18 queda de 10 pontos; Jan19 queda de 1 ponto; Jan21 alta de 3 pontos; Jan23 alta de 3 pontos; Jan25 alta de 4 pontos.