Setor de seguros precisa ser inserido em políticas públicas, defende Coriolano durante abertura da 8ª Conseguro

Setor de seguros precisa ser inserido em políticas públicas, defende Coriolano durante abertura da 8ª Conseguro

Ministros das Cidades e da Saúde reforçam relevância do mercado segurador para alavancar atividade econômica

O presidente da Confederação Nacional dos Seguros (CNSeg), Marcio Marcio Serôa de Araujo Coriolano, defendeu hoje, durante a abertura da 8ª Conferência Brasileira de Seguros, a Conseguro, o principal evento do setor segurador brasileiro e organizada pela Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg) a adoção de políticas nacionais que envolvam o mercado segurador para incentivar a retomada da atividade econômica. Segundo ele, o setor tem hoje ativos de cerca de R$ 1 trilhão e uma receita da ordem de R$ 460 bilhões. Resultados que superam, por exemplo, os das indústrias da construção civil, automobilística e farmacêutica, que normalmente são objeto de políticas para incentivar a recuperação econômica. “Esses são segmentos sempre chamados pelo governo para contribuir com a retomada. Esperamos que o mercado de seguros também seja chamado”, afirmou Coriolano, durante a abertura da 8º Conseguro, que se estenderá até a quinta-feira, dia 21, no Rio de Janeiro.

Coriolano argumentou que as reservas do setor, de R$ 1 trilhão em ativos financeiros, representam recursos que retornam ao país e à nação sob a forma de financiamento da dívida pública e de lastro para investimentos produtivos. “O país passou por dificuldades titânicas, mas o setor mostrou resiliência. Podemos contribuir de modo importante para a reversão cíclica porque o setor responde positivamente aos estímulos da estabilização econômica”, disse ele.

Presente na cerimônia de abertura do evento, o ministro das Cidades, Bruno Araújo, assinalou que o governo trabalha para ter o seguro de risco de engenharia em operação em 2018. Um grupo de trabalho foi constituído e vai discutir a regulamentação e os critérios de medição de risco, tais como estatísticas de acidentes de trabalho, desempenho de obras, etc. “A ideia é adotar o seguro nos projetos do programa Minha Casa Minha Vida e depois aplicar em outros segmentos de infraestrutura. Não há país desenvolvido no mundo que não tenha tido o amadurecimento também de seu setor de seguros”, frisou Araújo.

O ministro da Saúde, Ricardo Barros, ressaltou a importância de regras mais flexíveis para o sistema de seguro saúde que reduzam a judicialização, porém atendam os interesses dos consumidores que podem pagar por produtos mais simples e adequados a seus orçamentos. “A nossa regulamentação hoje é assim: ou você compra um Mercedes Benz ou anda a pé. Precisamos rever essas regras”, disse o ministro da Saúde.

Eduardo Guardia, ministro interino da Fazenda, também ressaltou as oportunidades para o setor com e retomada da economia e a realização de reformas estruturantes, como a da Previdência. “O setor tem enorme potencial de crescimento e é importante para o adequado funcionamento da economia, mas depende também da adequada regulação e da retomada de confiança dos setores econômicos na sustentabilidade da economia”, disse Guardia para quem o Brasil atravessa a “pior crise” que a atual geração tem conhecimento. Segundo ele, a reforma da Previdência é outro desafio que precisa ser enfrentado. “A reforma da Previdência é absolutamente crucial e abre uma nova oportunidade ao setor, mas é fundamental ampliar o diálogo com o setor de seguros”, completou.

O vice-governador do Rio de Janeiro, Francisco Dornelles, encerrou a cerimônia de abertura defendendo o debate de novas ideias para o fortalecimento do mercado. “Seguro e Previdência dizem respeito à segurança dos cidadãos do futuro”, resumiu. Participaram da abertura os presidentes das quatro Federações do setor se seguros: João Francisco Silveira Borges da Costa, da FenSeg; Solange Beatriz Palheiro Mendes, da FenaSaúde; Edson Luis Franco, da FenaPrevi; e Marco Antonio da Silva Barros, da FenaCap.

A Conferência será realizada até o dia 21 de setembro, no Hotel Windsor Oceânico, na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro. O evento abrangerá também palestras de importantes nomes internacionais na área de seguros, de previdência e de segurança.