O equilíbrio do mercado se mantém devido à estabilidade de ramos como
massificados e patrimoniais, e o seguro de pessoas
O mercado de seguros supervisionado pela Superintendência de Seguros Privados (Susep) cresceu 7,2% no período de janeiro a setembro de 2016, frente ao mesmo período do ano anterior. De acordo com os dados compilados pela Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais, Previdência Privada e Vida, Saúde Suplementar e Capitalização (CNseg), foram mais de R$170 bilhões arrecadados no acumulado do ano. “Mantivemos a dinâmica de crescimento vista no segundo trimestre, de 8,7% sinalizando uma tendência diferente da vista no primeiro trimestre, quando o segmento cresceu 3,6%, desempenho que assustou o mercado que vinha crescendo dois dígitos”, destaca o presidente da CNseg, Marcio Serôa de Araujo Coriolano, ao analisar o equilíbrio que se mantém devido à estabilidade de ramos como massificados e patrimoniais, e seguro de pessoas.
Ainda que a arrecadação do seguro de automóvel tenha apresentado desaceleração de 2,8% no período de janeiro a setembro, outros ramos dos seguros gerais têm tido melhor desempenho, como os patrimoniais, que apresentaram crescimento de 1,1%, com destaque para o seguro habitacional, que teve performance de 10,4%, até setembro, e o residencial, seguro que obteve incremento de 8,5% no acumulado do ano em meio ao espaço que tem para crescer no Brasil, já que ainda é baixo o número de pessoas que têm seguro para proteger seus imóveis.
Os seguros contra riscos financeiros como o seguro-garantia e responsabilidade civil, apresentaram alta de 9% e 5,5%, respectivamente, com destaque para o D&O, com 3% de crescimento. Além destes, o seguro rural manteve sua estabilidade e apresentou crescimento nominal de 9,5%, no acumulado do ano até setembro. Já o seguro de pessoas, apresentou 12,5% em crescimento nominal, destacando os planos de cobertura individual com 28,2% superior ao mesmo período de 2015, e os planos VGBL, que se mantiveram como grande propulsor do crescimento do mercado supervisionado pela Susep, com uma variação nominal na arrecadação de prêmios de 17,8% no acumulado do ano até setembro.
Diante deste desempenho, Marcio Coriolano reiterou a expectativa para o crescimento do setor em 2016, de 8% a 10% em prêmios emitidos. Ele lembrou que o quarto trimestre tem forte peso no resultado anual do setor uma vez que as pessoas contratam ou reforçam seus planos de previdência para abater do imposto de renda (IR).
Saúde Suplementar
As provisões técnicas do setor de saúde alcançaram R$ 746 bilhões de janeiro a setembro, montante 19,7% maior em relação ao mesmo intervalo de 2015. O ritmo está bem acima dos prêmios, com crescimento de 7,2% no período, ressaltando um descompasso entre os indicadores. Segundo Coriolano, a diferença das taxas indica uma piora da sinistralidade, mas que as seguradoras seguem solventes e conservadoras. As provisões técnicas são os recursos acumulados pelas seguradoras para fazerem frente a eventuais indenizações. “É bem provável que o mercado de seguros feche o ano perto de R$ 1 trilhão em ativos totais caso mantenha a taxa de expansão de cerca de 20% em relação ao montante alcançado em 2015, de R$ 789 bilhões”, afirma o presidente da CNseg.
Projeções para 2017
Sobre 2017, o executivo diz que ainda é difícil fazer projeções. É preciso, conforme Coriolano, ter o quarto trimestre materializado. Além disso, pondera, há vários fatores que dependem de um desfecho e que podem influenciar o desempenho do mercado de seguros no próximo ano, e cita, por exemplo, a ampliação do seguro-garantia para obras públicas, a reforma da previdência social, a aprovação do seguro de vida universal, que combina coberturas de previdência, e ainda eventos macros como a votação da PEC dos gastos públicos do governo, além da volatilidade gerada com a eleição de Donald Trump nos Estados Unidos.