Demanda para esse segmento de seguro continua crescendo após os ataques do mês de maio
Cada vez mais os ciberataques são motivos de debates no mercado e depois das constantes atuações dos hackers, as seguradoras procuram disseminar a existência de proteção contra essas temidas ações.
Atualmente em ascensão, o seguro ciber é uma estratégia antiga de algumas seguradoras. A AIG, por exemplo, é pioneira desse produto no Brasil. Em 2012, a Companhia desenvolveu essa proteção, mas na época não havia tanta demanda.
Apesar de a modalidade estar crescendo, fazer esse seguro de forma integral ainda dói no bolso do consumidor. O gerente de riscos cibernéticos da Ernst, Luis Milagres explica que é possível proteger 100% a empresa, mas o custo é muito elevado e por isso a companhia contratante deve saber os dados críticos que devem ser protegidos.
Milagres ressalta que os hackers estão cada vez mais especialistas em invadir dados das empresas e atualmente é extremamente difícil se proteger deles. “Não há mais e-mail eletrônico para acessar. Não é necessário ‘interagir’ para sofrer o ataque (…) praticar esse crime está cada vez mais simples, porém defender-se deles é muito complexo”.
Danos Morais:
Caso o cliente da empresa que foi atacada sinta-se violado por ter seus dados confidenciais expostos, ele pode entrar com pedido de indenização por dano material e moral. Nesse instante, a companhia aciona a seguradora e ela vai arcar com o compromisso de assumir os valores de pagamento.
Nos Estados Unidos, as instituições têm prejuízo na média de US$ 250 mil por ano apenas com gastos judiciais depois de ter sua base de dados invadida.
Após sofrer o ataque, a organização passa por um problema que vai além da judicialização. Ela sofre para reconstruir sua imagem e vencer a desconfiança uma vez que foi abalada depois da invasão das informações confidenciais de seus clientes.
Pensando dessa forma, a AIG faz a cobertura para sequestro de uso de dados. A seguradora também garante o gerenciamento de crise, ou seja, contrata profissionais de comunicação a fim de estabilizar a imagem da companhia perante o mercado. Coberturas internas como despesas operacionais, contratação de perito técnico e pagamento de horas extras aos funcionários também são garantidas pela AIG.
O valor do seguro vai depender de algumas análises que a seguradora faz da empresa contratante. Alguns quesitos a serem levados em conta são imprescindíveis para definir o preço. De acordo com o Cyber Underwriter da AIG Brasil, Thiago Lino é necessário verificar: qual tipo de serviços a empresa terceiriza; fiscalizar como ela se protege e ter ciente o histórico de ataques que a companhia sofreu.
Encaixa-se, dessa maneira, o Programa Mundial adotado pela seguradora em abril deste ano. A intenção é montar a apólice de acordo com as leis que vigoram no país em que a AIG atua. O pagamento do serviço é feito pela empresa local.
Redação Revista Seguro Total
