Consumidor precisa verificar quais as situações cobertas e riscos excluídos antes de assinar proposta
O seguro de celular é uma opção para quem deseja se precaver de prejuízos e perdas. Com o cenário de roubos recorrentes, cresce o interesse por seguros para estes aparelhos. No entanto, ainda sobram dúvidas: quando vale a pena e o que é preciso saber antes de contratar o serviço? O mais importante, dizem os especialistas, é ler atentamente todas cláusulas e condições do seguro antes de assinar o contrato e verificar as coberturas que estão sendo oferecidas e se atende ao seu perfil.
O segundo ponto, é verificar com cuidado as cláusulas, que normalmente apontam as obrigações dos segurados e o limites de cobertura, em função da idade do aparelho e o tempo que a pessoa possui aquele celular.
— As apólices também não costumam cobrir perdas do celular, nem danos decorrentes do mau uso ou desgaste do aparelho. Por isso é tão importante ler o contrato com lupa, pois há cláusulas de riscos cobertos e riscos excluídos e não cobertos. Existe uma tabela que vem dentro da apólice com o período de depreciação para aquele tipo de equipamento. O consumidor deve estar ciente que, dependendo do tempo do aparelho, vai haver uma depreciação, e a indenização não será pelo valor de nota fiscal, mas sim o valor atual de mercado. A maioria acha que vai receber o que pagou quando comprou o aparelho — ressalta o coordenador da Graduação Tecnólogo em Gestão de Seguros, da Escola Nacional de Seguros, o professor José Varanda.
De acordo com Varanda, em geral, as seguradoras não oferecem cobertura para furto simples ou desaparecimento inexplicável, porque consideram que, muitas vezes, quando acontecem, é por descuido do consumidor. Por isso, não são caracterizados como sinistro. Fora que podem dar margem a fraudes, diz o professor:
— Às vezes, a pessoa esquece o aparelho em algum lugar ou simplesmente o perde. Aí, procura a seguradora e diz que foi vítima de furto. É claro que nem todos agem de má-fé, mas, para evitar possíveis fraudes e por ser de difícil comprovação que o evento realmente aconteceu, as companhias não aceitam o risco.
Seguro de celular pode ficar inviável
O valor a ser pago pelo seguro e pela franquia é o outro ponto para o qual os especialistas pedem muita atenção. Em média, os seguros vendidos pelas próprias operadoras de telefonia firam em torno de 15% do valor do aparelho, cobrados em pequenas parcelas junto com a conta do telefone. Nos contratos feitos pelas seguradoras, este custo chega hoje a 20%.
— Não é um seguro barato, pois as empresas de seguros trabalham com o sistema de mutualismo. Quando aumenta o risco, aumenta a taxa, que é diluída entre as pessoas que contrataram aquele determinado tipo de seguro. Parte do que eu paguei vai cobrir a indenização de outro segurado que teve o aparelho roubado. O mesmo principio é adotado para os outros tipos de seguros, seja para celular ou para carro, por exemplo. E a tendência hoje, numa cidade com alto nível de violência, é ficar ainda mais caro. Mas mesmo assim, as pessoas vêm buscar o seguro para celular. Estamos o tempo todo andando pela cidade, e podemos a qualquer momento ser vítima de um assalto — esclarece o professor da Escola Nacional de Seguros.
Ele acrescenta que o celular ainda tem um outro agravante: se a pessoa está dentro do seu carro e este é roubado, corre o risco de ainda ter o aparelho e outros pertences levado pelo ladrão.
— E isto aumenta significativamente sua exposição ao risco no seguro de celular. O risco é tão grande, o custo vai aumentar tanto, que daqui a pouco vai ser impraticável contratar este tipo de seguro — conclui Varanda.
Fonte: ibahia.com