Operadora de saúde anuncia volta ao plano individual, mas deixa corretores em alerta com novo comissionamento

Operadora de saúde anuncia volta ao plano individual, mas deixa corretores em alerta com novo comissionamento

Em comunicado enviado aos corretores de planos de saúde e de seguros na última sexta-feira, 13 de outubro, a Amil informou a volta da atuação no segmento individual, com o produto Next Access, que está pronto para comercialização nas regiões de São Paulo e Guarulhos a partir desta segunda-feira (16).

Enquanto tantas operadoras deixam de comercializar planos individuais – por isso, nos últimos três anos, segundo os dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), cerca de 3 milhões de pessoas deixaram o sistema privado de saúde – a volta da atuação, muito pleiteada e aguardada pelos corretores de seguros, deveria ser uma grande notícia. Porém, o comunicado trouxe a informação de que, neste plano, haverá um comissionamento diferenciado – ou, melhor dizendo, bastante reduzido – aos corretores.

Para a diretora da VIACORP Administradora de Benefícios e presidente da Acoplan (Associação dos Corretores de Planos de Saúde), Rosa Antunes, a baixa na remuneração pode representar que a Amil se prepara para uma estrutura própria de vendas. “O valor que está sendo divulgado inviabiliza a atuação das assessorias e plataformas especialistas em planos de saúde, o que nos dá a entender que a empresa pretende atuar com estrutura própria”, diz.

Procurada, a Amil afirmou que, com alcance municipal e venda direta pela internet, a expectativa é que a oferta traga de volta à saúde suplementar parte dos beneficiários que perderam a cobertura do benefício oferecido pelas empresas. “Todo o processo de compra será efetivado pelo site vendas.amil.com.br, com ou sem o auxílio de um corretor de seguros”, afirma a assessoria de imprensa da Amil.

De acordo com a RN413, aprovada pela ANS,  as operadoras podem vender seus produtos diretamente ao consumidor final. “Entretanto, quando a RN foi aprovada, se imaginava que a operadora usaria essa lei para vender em lugares onde a formação de uma equipe comercial não tivesse viabilidade técnica ou financeira, o que não é o caso de São Paulo, que possui aproximadamente 10 mil profissionais especializados na venda de planos de saúde”, completa a especialista. Além de Rosa Antunes, muitos corretores de planos de saúde registraram temor com o cenário e esperam reverter o modelo de negócios proposto pela operadora.