O roubo de cargas é uma preocupação constante no dia-a-dia das transportadoras. Além de causar prejuízos financeiros às empresas que sofrem com esse tipo de crime, há também o comprometimento da segurança dos motoristas. Por conta desse cenário, cada vez mais organizações estão investindo em segurança. Sistemas de rastreamento e monitoramento veicular, por exemplo, se tornaram uma saída para quem não quer passar “sufoco”.
Rodrigo Mourad, sócio-fundador da Cobli – startup especializada em gestão de frotas, telemetria e roteirização – explica que produtos mais fáceis de serem revendidos como aparelhos celulares e eletrônicos no geral, cigarros, bebidas e material têxtil são geralmente os mais roubados.
“Utilizar tecnologias de rastreamento e monitoramento de frotas é uma das maneiras de garantir que as cargas cheguem ao seu destino final. Além disso, algoritmos que identificam o motorista a partir do modo de condução, por exemplo, ajudam a identificar o roubo e a contatar as autoridades muito mais rápido. Esse tipo de ferramenta cria um perfil de condução do motorista através de informações como acelerações e frenagens bruscas, curvas acentuadas e excessos de velocidade. Dessa forma, a chance de recuperação também aumenta”, afirma o especialista.
Para Mourad, existem ainda outras atitudes que ajudam a evitar situações de roubo:
- Planejar e variar as rotas;
- Conhecer bem os pontos de paradas;
- Manter informações de carga e trajeto em sigilo;
- Evitar dar carona a estranhos;
- Estacionar em lugares seguros para descansar;
- Ficar atento nos arredores dos locais onde recebe e entrega a carga, pois são nessas regiões em que geralmente ocorrem o maior número de abordagens para o roubo;
- Evitar viajar durante a noite.
Casos estão crescendo
Os roubos de carga no Brasil são crescentes em algumas regiões. No Alto do Tietê, por exemplo, foram registrados 358 crimes deste tipo entre janeiro e outubro deste ano. O número é 40% maior no comparativo ao mesmo período do ano passado, segundo dados da Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP).
Suzano e Arujá foram as cidades responsáveis por subir o índice. No primeiro município os casos aumentaram de 48 para 89, enquanto no segundo houve um salto de 37 para 86. Apenas duas cidades registraram redução, entre as dez que compreendem o Alto do Tietê: Ferraz de Vasconcelos (com queda de 40 para 27 ocorrências) e Itaquaquecetuba (com redução de 83 para 69).
O levantamento da SSP mostra ainda que que se comparados os indicadores do mês de outubro com o mesmo mês de 2016 o crescimento dos boletins desta natureza é ainda maior: 43%. Biritiba Mirim e Salesópolis são as únicas cidades que não tem registro de casos de roubo de cargas no mês de outubro desde 2015.