Fonte: ANS
Os planos de saúde estão caros para a renda média dos brasileiros, e o reajuste de 7,53% autorizado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) para os planos de saúde individuais é elevado para os beneficiários.
Nós, representantes das operadoras, reconhecemos as dificuldades dos brasileiros para contratar e manter planos de saúde. A questão é: O que pode ser feito?
Equilíbrio nos Preços e Garantia de Sustentabilidade
O ponto central do debate é que os planos de saúde, para poderem cumprir suas finalidades e manter o acesso a saúde de qualidade para 47 milhões de beneficiários, precisam garantir sua sustentabilidade com o equilíbrio do dinheiro que entra e o que sai.
O reajuste dos planos individuais estabelecido pela ANS foi muito maior que a inflação, e, mesmo assim, não acompanhou o crescimento dos gastos.
Ao mesmo tempo, o índice de inflação acaba não sendo um bom parâmetro, pois leva em conta apenas a variação média dos preços, quando para a Saúde Suplementar, a frequência de uso é o ponto fundamental para o cálculo de custos.
A frequência de uso vem crescendo mesmo com a saída de consumidores nos últimos anos. O setor perdeu 60 mil beneficiários em 2018, enquanto contabilizou 1,57 bilhão de procedimentos no ano passado – alta de 4,1% em relação a 2017.
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Reajuste nos Planos de Saúde
A FenaSaúde se preocupa com a capacidade da população de pagar os planos. Para que o reajuste não fique tão acima dessa capacidade, a entidade propõe liderar uma cruzada contra a alta de custos do setor, com medidas objetivas:
- Combate às fraudes, abusos e desperdícios;
- Uso de franquia e coparticipação para incentivar a utilização mais racional do plano;
- Transparência, por parte da ANS, sobre os dados de custos e tratamentos mais efetivos;
- Disciplina rigorosa no processo de incorporação de inovação tecnológica;
- Prestigiar o trabalho do médico generalista, cuja atuação pode prevenir altos custos e garantir ótimo atendimento.
Essas, entre outras ações, ajudam a evitar desperdícios, sem perder a qualidade da assistência prestada ao usuário. Mas e os outros setores que influenciam Saúde Suplementar? Temos o governo, as universidades, associações médicas, hospitais, laboratórios, fornecedores e empregadores. Como essas entidades têm contribuído para aprimorar o setor no Brasil?
Sem essas respostas, não avançaremos no diálogo e nas soluções. Estaremos condenados a ouvir críticas e repetir argumentos, ano após ano, sem solucionar os problemas dos usuários no pagamento dos planos e sem melhorar a sustentabilidade das operadoras de saúde. Temos de ser eficientes na busca por soluções, e isso, só conseguiremos com o envolvimento de todos aqueles que estão inseridos na cadeia da saúde suplementar no Brasil.