Voluntários oferecem atendimento online gratuito de saúde física e mental

Aho visa atenuar problemas de ansiedade e depressão que estão alarmantes durante a pandemia de covid-19


O isolamento social, recomendado para diminuir a disseminação do novo coronavírus, está afetando a saúde mental de muita gente. Sentir-se sozinho, ansioso, preocupado, inseguro ou deprimido é totalmente compreensível diante do caos da atualidade. E, para ajudar pessoas nessa situação, um grupo de profissionais de diversas áreas do conhecimento se voluntariou para criar a plataforma Aho. Psicólogos, nutricionistas, coaches, entre outros especialistas, contribuem com um conselho, uma palavra amiga ou mesmo uma orientação a respeito do futuro, sempre buscando acolher quem precisa.

A partir de um teste gratuito de autoconhecimento, os internautas são orientados a refletir sobre suas qualidades, capacidades e os pontos que podem ser melhorados. Logo após responderem a seis questões, recebem uma devolutiva por e-mail, além de um e-book que fala sobre esse momento de transição que o mundo está vivendo, e são convidados à Roda da Vida Integrativa, uma análise que visa identificar os pontos da vida que estão em harmonia com as suas prioridades, bem como aqueles que precisam de maior atenção e cuidado.

Além disso, a plataforma disponibiliza um canal de atendimento para uma troca mais íntima. Pelo “Fale Conosco”, o interessado pode conversar com um atendente. “Dependendo do sofrimento relatado pela pessoa, o atendimento poderá se limitar a uma conversa ou avançar para uma reunião virtual para que possamos nos ver, estabelecer uma relação mais próxima, mesmo que ainda no ambiente digital. Se necessário, encaminhamos o internauta a um dos especialistas por e-mail. Em último caso, poderá ser necessário algum tratamento, como acompanhamento psicológico ou médico”, explica Evandro Ribeiro, um dos precursores do projeto.

O Brasil é o país mais ansioso do mundo, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde). São 18 milhões de brasileiros convivendo com a ansiedade, e 11 milhões que estão deprimidos. Transtornos mentais como esses custam à economia global US$ 1 trilhão por ano em queda de produtividade no trabalho. A pandemia só piorou essa situação. Uma realidade que precisa ser alterada com urgência. A proposta da Aho, cujo nome foi inspirado no termo nativo-americano utilizado ao final de preces, como um ‘amém’, uma forma de agradecimento, é atuar exatamente nessa transformação.

A expectativa da plataforma é atender 1.200 pessoas por mês e fazer a rede de voluntários crescer também. “Na Aho, enxergamos o ser humano por completo, ajudando a promover bem-estar e a humanizar as relações e o ambiente, na busca da realização dos objetivos em saúde física, mental, social e espiritual. Trabalhamos para transformar uma percepção de fragilidade e tensão em uma experiência que propicie crescimento e autoconhecimento”, destaca Ribeiro.