25% das pequenas empresas estimam perder mais de 80% do faturamento

Levantamento mostra que corte de funcionários aumentou 22% entre março e maio

Um novo levantamento mostra os impactos para os pequenos negócios após dois meses de quarentena do comércio por causa da pandemia do Covid-19. De acordo com a startup vhsys, que fornece sistema de gestão empresarial na nuvem, 25% das pequenas empresas brasileiras estimam perder mais de 80% de seu faturamento nos próximos meses. A estimativa é 5 pontos percentuais maior do que no primeiro levantamento da vhsys feito em março. Outros 26% preveem uma queda entre 50% e 80%.

Em São Paulo, epicentro da doença no Brasil, 28% das pequenas empresas ouvidas já perderam mais de 80% no faturamento e 82% acreditam que vai demorar mais do que três meses para a situação começar a se normalizar. Os números têm relação direta com as medidas de distanciamento que foram aplicadas no estado, além da desaceleração do consumo devido à crescente taxa de desemprego.

Startup convidou mais de 10 mil clientes de todo o país para levantamento

Segundo a nova sondagem, o pessimismo aumentou: cerca de 83% acreditam que a crise vai durar ainda mais três meses, terminando em agosto. Na primeira estimativa, em esse número era de 46% – praticamente a metade. O levantamento também mostra que apenas 2% dos negócios acham que a crise se resolverá em um mês, ou seja, no final de junho. Em março, 11% achavam que tudo voltaria ao normal já em abril.

A estimativa de corte no quadro de colaboradores para o decorrer dos meses aumentou 22% no comparativo com março, e a previsão de corte de gastos aumentou 15%.

A boa notícia é que a percepção dos empreendedores de que o negócio precisará fechar as portas por um tempo diminuiu 27%, o que mostra que muitas pequenas empresas já retomaram suas atividades presencialmente ou investiram na venda online. O levantamento aponta que o plano de focar em vendas online como estratégia cresceu 19%.

De acordo com Reginaldo Stocco, CEO da vhsys, os números mostram que as empresas que tinham uma reserva financeira conseguiram adaptar o modelo de negócio e ganharam um respiro. “Sabemos que muitas pequenas empresas não puderam aguentar a crise e fecharam suas portas definitivamente, mas muitas delas ainda estão lutando para conseguir superar esse momento difícil. O levantamento nos mostra que os empresários estão mais realistas. Diferentemente de quando tudo isso começou, agora é possível pensar num planejamento adaptado à nova realidade, olhar para frente com mais sobriedade e analisar possibilidades para manter o negócio em pé. A queda no faturamento é uma realidade global e todos os pequenos negócios precisarão somar esforços para enxugar ainda mais as despesas”, explica.

Insatisfação

O nível de insatisfação dos pequenos negócios em relação às medidas que os governos estão tomando aumentou. Em março eram 45% e agora são 51% insatisfeitos. Apenas 6,7% dos pequenos empreendedores acreditam que os governos estão fazendo um bom trabalho. Em março, esse número era de 11%.