Demanda por crédito cresce 27% em junho e quase zera as perdas do ano

Demanda por crédito cresce 27% em junho e quase zera as perdas do ano

Após recuo em março e abril, tendência se reverteu em maio e recuperação vem acelerando, revela INDC

Sabemi

A demanda por crédito tem se acelerado rapidamente. Em junho cresceu 27% em relação a maio e praticamente zerou as perdas registradas no ano. É o que revela o Índice Neurotech de Demanda por Crédito (INDC), que mensura o número de solicitações de financiamentos mensais nos segmentos de varejo, bancos e serviços.

“Usando janeiro como base normal, uma vez que fevereiro tem carnaval e março já foi afetado parcialmente pela Covid-19. Temos ainda um gap de 6% após apurarmos o mês de junho. Vale lembrar que o vale foi em abril que registrou demanda 35% menor em relação ao início do ano”, explica o diretor de Produtos e Sucesso do Cliente da Neurotech, Breno Costa.

Crescimento

No período entre maio e junho, a demanda de crédito do setor financeiro foi a que registrou maior crescimento (29%). Seguida do varejo (20%) e serviços (13%). “Em maio o segmento de varejo foi a locomotiva. Um crescimento de 61,7% em relação a abril. Já em junho a maior contribuição de aceleração veio do segmento de bancos e financeiras, que havia crescido somente 6% no mês anterior”, ressalta Costa.

Apesar do movimento positivo nos últimos dois meses, alguns segmentos ainda se encontram bem abaixo do volume registrado em janeiro. O varejo, por exemplo, demonstra ainda uma procura por crédito 32% menor em junho quando comparado a janeiro.

Comportamento do Consumidor

Abrindo a composição do varejo, é possível identificar comportamentos bem diferentes. Os eletroeletrônicos praticamente ficam sem gap (-4% apenas comparando junho com janeiro). Pois além da queda não ter sido tão forte, a recuperação já ocorreu em maio. Os supermercados, que foram os que menos sentiram a crise em março/abril estão com recuperação mais lenta em maio/junho (- 47% comparando junho com janeiro). Já os vestuários e lojas de departamento aceleraram forte em maio/junho, mas ainda tem gap de – 54% em relação à janeiro. O segmento moveleiro registra recuo acumulado de 20% (comparando junho com janeiro).

Para Costa, os números demonstram que o pior já passou. “Vimos dois meses de forte recuperação e, a expectativa é de que este cenário se mantenha. Caso não haja outros sobressaltos, como novas medidas de isolamento social fortes em capitais”, explica. Além da reabertura do comércio nas maiores capitais do país, as tecnologias têm contribuído para que a demanda encontre a oferta. “Grande parte das varejistas tinha como estratégia oferecer crédito dentro da própria loja. Com a quarentena, isso se tornou impossível, mas o mercado se mexeu muito rápido para ofertar crédito online e facilitar o acesso das pessoas físicas”.