Globalmente, a alta deve ser de 7,2%, uma vez que se espera que a utilização médica volte aos níveis pré-pandemia
A Aon plc (NYSE: AON) prevê que os custos dos planos médicos pagos pelo empregadores no Brasil aumentarão 10,6% em 2021, ultrapassando a inflação geral de 7,3%, de acordo com o seu estudo Tendências Globais dos Custos de Saúde 2021.
Para Paulo Jorge Rascão Cardoso, Vice-Presidente Executivo de Health & Retirement Solutions da Aon Brasil, “Mesmo que 2021 registre a menor taxa de tendência médica global desde que esta pesquisa foi iniciada, em 2013, continuamos a ver os custos médicos subindo significativamente acima da inflação geral”, avalia. “Esperamos um aumento contínuo do custo do plano de saúde devido ao envelhecimento da população, declínio geral da saúde, maus hábitos de estilo de vida e maior prevalência de condições crônicas. São fenômenos globais que foram ainda mais exacerbados pelos potenciais impactos a longo prazo na saúde causados por tratamentos e exames de rotina adiados. Governos e os sistemas de saúde devem se preparar para os impactos econômicos e sociais da pandemia da COVID-19.”
Globalmente, os valores dos planos de saúde custeados pelo empregador em 2021 devem aumentar 7,2%. Isso se deve, principalmente, à incorporação de novas coberturas e aumento na média dos custos para serviços médicos e um declínio antecipado na inflação geral.
As taxas de inflação médica projetadas variam significativamente por região. Os custos devem atingir o pico nas regiões do Oriente Médio/África, com taxas médicas de tendência medianas previstas em 12%. Em contraste, a Europa deve ter um aumento médio na taxa de prêmio médico de 5,5%.
“Apesar da pandemia, ainda esperamos que a alta prevalência dos planos de saúde patrocinados pelo empregador continue. Temos que considerar que o escopo das condições oferecidas por esses planos mudará, por exemplo, abrangendo novos procedimentos, menos exclusões da cobertura e solicitações de participação mais tolerantes”, diz Violetta Ostafin, CEO de Health Solutions da Aon para a América Latina .
O estudo da Aon confirma o crescente impacto das doenças não transmissíveis nos custos de saúde em todo o mundo. Na América Latina e Caribe, Câncer, Doença Cardiovascular, Diabetes, Hipertensão e Transtorno Respiratório Pulmonar foram as condições de saúde mais prevalentes que impulsionam os custos médicos.
Ele também evidencia a crescente prevalência de fatores de risco em consequência de hábitos pessoais pouco saudáveis na América Lana e Caribe, como pressão arterial elevada, má nutrição, alto nível de glicose no sangue, obesidade e colesterol elevado. Em resposta a esses riscos, as estratégias de bem-estar têm ganhado mais relevância nas diferentes regiões, em especial na América Latina, com uma prevalência de 88%. Segundo o estudo, os programas mais comuns são no nível de prevenção, educação, e detecção, assim como intervenção com atividades de bem-estar e o coaching de saúde. Tudo isso, acompanhado de planos estratégicos de médio a longo prazo, suportados por novas soluções analíticas e digitais em bem-estar.
“Ainda há grande incerteza em relação ao impacto da COVID-19 no tratamento diferido e no cuidado a longo prazo”, agrega Violetta. “Enquanto os países estão passando por diferentes fases de surto, o uso dos planos de saúde deve retornar aos níveis normais durante 2021, conforme os serviços de saúde começam a reabrir ao mercado”.