ESG tem influenciado a tomada de decisão de empresas e investidores

ESG tem influenciado a tomada de decisão de empresas e investidores

SulAmérica Investimentos promoveu debate sobre práticas ambientais, sociais e de governança no meio de investimentos e finanças

Sabemi

Contando com nomes importantes do mercado de investimentos, crédito, previdência complementar e sustentabilidade, a SulAmérica Investimentos realizou nesta quinta-feira (10) o Conexão ESG, evento que discutiu a adoção de critérios ambientais, sociais e de governança – conhecidos pela sigla em inglês ESG – no mercado financeiro.

Com duração de três horas, o evento foi gratuito e online, e mostrou como o debate sobre ESG no mundo financeiro tem evoluído e invadido os processos de tomada de decisão. “Para nós, o ESG não é uma revolução, é uma evolução. Iniciamos essa agenda em 2009, quando a SulAmérica Investimentos foi a primeira gestora independente a virar signatária do PRI, que são os princípios de investimento responsável da ONU. Desde então, todo o nosso processo de investimentos, que administra R﹩ 46 bilhões em ativos, está sensibilizado com os aspectos ESG”, afirma Marcelo Mello, vice-Presidente de Investimentos, Vida e Previdência da SulAmérica.

“ESG veio para agregar valor”

No primeiro painel de discussão, focado em práticas ESG do ponto de vista de gestores de recursos, o superintendente de Renda Variável da SulAmérica, Juan Morales, a head de Crédito Privado da SulAmérica, Daniela Gamboa, e a CEO da Resultante Consultoria, Maria Eugênia Buosi, debateram, entre outras coisas, sobre como ESG deve ser um valor perene para as empresas, e não apenas uma questão de momento e aquecimento de mercado.

“Sustentabilidade agrega valor à empresa na perpetuidade. Aqui, na SulAmérica, trabalhamos com análise das investidoras em três pilares. Os dois primeiros dizem respeito ao bom modelo de negócios e à excelência na gestão de recursos. O terceiro é um KPI ou indicador ESG. Ou seja, tem valor estrutural. Não adianta ser excelente no resto se você deixa de lado estas três letrinhas”, afirmou Juan Morales.

“Para mim, está muito claro o quanto a inclusão dessa avaliação ESG veio para agregar valor e adicionar retorno aos investimentos”, disse Daniela Gamboa. “Nosso papel é incentivar essas empresas, que são investidas ou potencialmente investidas, a ter transparência, metas de mudança, informação. E objetivos claros, executáveis. Sabemos que é bonito falar que é ‘verde’, mas o compromisso efetivo com o ESG tem que ser assumido em todos os escalões de uma empresa”, continuou.

“Clima é compromisso”

No segundo painel, de nome “Agenda Climática: Desafios e Impactos no Mundo Corporativo”, a conselheira e coordenadora do Comitê de Sustentabilidade da SulAmérica Cátia Tokoro fez indagações ao empreendedor, consultor e especialista em sustentabilidade e clima Tasso Azevedo sobre como as empresas devem se engajar em prol de um futuro mais ambientalmente sustentável e como isso é uma pauta da ordem do dia.

“Deve-se buscar o net zero. Isto é, emitir carbono e capturar carbono na mesma quantidade. Você emite quando está queimando combustível fóssil, e pode capturar de volta, por exemplo, plantando árvores. Se cada empresa chegar ao net zero, estamos indo bem. Empresas bem avaliadas e comprometidas com a agenda do clima devem ter metas factíveis de redução de emissão de carbono. Metas que tenham a ver com o core business dela e que sejam pensadas no curto e médio prazo, não apenas no longo. O primeiro sinal de greenwashing é quando as ações ambientais não atuam diretamente no seu core business”, disse Tasso.

“Outro ponto é que essa questão socioambiental precisa ser tratada ao nível do conselho. É no nível do conselho que você tem maior tomada de decisões. O board das empresas tem que estar comprometido.” Para o especialista, o Brasil tem uma oportunidade única nas mãos para ser referência em sustentabilidade e a primeira grande economia a gerar emissão zero até 2030. “Somos o quinto maior emissor de gases de efeito estufa, mas 2/3 das nossas emissões provêm do nosso uso da terra, diferentemente do resto do mundo, cujos 2/3 de emissões são oriundas da queima de combustíveis fósseis”.

Segundo ele, as empresas devem estar engajadas em frear o desmatamento e em incentivar o uso de energias limpas, entre outras medidas. Mas os investimentos também devem estar alinhados com a temática do clima. “Existem oportunidades de negócios que não impactam o meio ambiente. Não tem nada que dê mais satisfação do que ver o seu recurso gerando impacto positivo no meio ambiente”, concluiu.

“Profissionalização é a palavra”

Para fechar, o debate “Sustentabilidade e Finanças” contou com especialistas do universo das entidades fechadas de previdência complementar no Brasil para abordarem a temática ESG. “Profissionalização é a palavra. A vigilância desse tema é importante, na verificação das entidades que se destacam nesse tema, e vem trazendo debates importantes”, apontou o diretor-presidente da Abrapp (Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar), Luís Ricardo Marcondes.

“Vemos a sustentabilidade como intrínseca aos nossos processos de investimentos. A longo prazo, existe 100% de convicção de que é um caminho que não tem volta”, assinalou o sócio-fundador e diretor executivo da Consultoria Aditus, Guilherme Benites. “Recentemente, surgiu o tema ‘capitalismo de stakeholders’ como melhor desenho de geração de lucros não só para acionistas, mas olhando para todos os públicos. Temos uma forma de enxergar ESG com maior foco em governança, como pano de fundo das ações, e que é fundamental para que as empresas vejam em seu planejamento estratégico os riscos ambientais e climáticos e o engajamento de pessoas”, afirmou o diretor de participações da Previ, Denísio Liberato.

Para assistir ao evento gravado, acesse aqui.