Especialista sugere recursos que promovem acessibilidade, escuta e uma real inclusão no ambiente de trabalho
Segundo o IBGE, 24% da população brasileira se reconhece como pessoa com deficiência (PCD). A Organização Internacional do Trabalho (OIT), por sua vez, aponta que 87% das empresas desejam ser reconhecidas como diversas e inclusivas. No entanto, somente 60% conduzem ações ou programas de inclusão.
Amanda Pontes, Diretora de Cultura da keeggo, parceira na transformação digital das organizações, alerta que incluir colaboradores PCDs vai muito além de contratá-los. É preciso assegurar que eles se sintam realmente inclusos e confortáveis durante a jornada de trabalho, para que possam desempenhar melhor seu papel dentro do ambiente corporativo. Segundo Amanda, a tecnologia pode ser aliada nesse processo de real inclusão.
“A tecnologia é a chave para que as instituições se adequem à cultura da inovação e permitam que os PCDs cheguem mais longe, além do discurso da inclusão como meio de transformação social. Tornar o ambiente apto e as equipes preparadas é um dos pontos mais importantes para que a empresa se desenvolva, desenvolva seu quadro de colaboradores e seja considerada realmente inclusiva. E a partir dessa pluralidade, fica mais fácil alcançar um ambiente criativo e inovador”, afirma.
Sendo assim, Amanda separou três dicas de como as empresas podem usar a tecnologia na promoção de uma real inclusão:
Realize um recrutamento inclusivo
A estratégia de recrutamento usada pelo RH também precisa ser inclusiva e os profissionais que se envolvem nessa dinâmica precisam estar alinhados à cultura organizacional e ao propósito de fomentar a diversidade. Além disso, é possível recorrer a softwares de inteligência artificial que otimizam e direcionam com mais assertividade o processo de recrutamento, ajudando inclusive a eliminar predisposições inconscientes dos recrutadores que afetam a atração e seleção de determinados perfis de candidatos, diminuindo o potencial de diversidade das equipes.
Democratize o uso de tecnologias
As empresas precisam estar preparadas para garantir que todos os funcionários, sejam eles PCDs ou não, possam desempenhar suas atribuições de forma plena, atingindo seu máximo potencial de desenvolvimento e colaboração. Além de ofertar treinamentos e as capacitações necessárias, deve-se prever a adoção de tecnologias acessíveis, como leitores de tela para pessoas com deficiência visual, aplicativos para tradução simultânea de conteúdos para a língua brasileira de sinais e softwares de automação por reconhecimento de voz, para pessoas com baixa mobilidade. “Assegurar essa acessibilidade é tão importante quanto preparar a estrutura física de um escritório para que ele também seja acessível”, ressalta Amanda.
Mantenha um canal de escuta sigiloso e permanente
Quando inseridos na rotina de trabalho, os colaboradores podem se deparar com dificuldades ou desconfortos não previstos no processo de seleção. E nem sempre eles se sentirão seguros para expressar essas sensações. É fundamental oferecer um canal permanente de escuta e a tecnologia pode ajudar nesse sentido. “Além de preparar lideranças para o recebimento desse tipo de feedback, pode-se disponibilizar chatbots com garantia de privacidade e sigilo, para o atendimento e registro de reclamações, sugestões e até mesmo denúncias”, sugere a especialista.