Seguro rural cresce 50 % e ramos tradicionais, como automotivo e o patrimonial, crescem 23% e 25%, respectivamente
As receitas de seguro, as contribuições de previdência e o faturamento dos títulos de capitalização totalizaram R$ 82,2 bilhões no primeiro trimestre de 2022, representando aumento de 15,4% em relação ao mesmo período de 2021, ressalta o último número da Conjuntura CNseg (nº 71), da Confederação Nacional das Seguradoras – CNseg. O destaque foi o Seguro Rural, que com total de R$ 2,6 bilhões em prêmios no acumulado de janeiro a março, aumentou sua arrecadação em 50,3%, em relação ao primeiro trimestre de 2021. Já o seguro de Automóveis, que representa cerca de 40% da arrecadação do segmento de Danos e Responsabilidades, avançou 23,4%, atingindo R$ 10,6 bilhões no período. O segmento de Cobertura de Pessoas arrecadou R$ 50,5 bilhões nos três primeiros meses deste ano – incremento de 12,4% em relação ao mesmo período de 2021. No segmento de Capitalização, o faturamento no trimestre alcançou R$ 6,7 bilhões, valor 15,9% superior ao registrado em igual período de 2021.
O seguro de viagens apresentou forte recuperação no primeiro trimestre em virtude da retomada de voos internacionais com o arrefecimento das restrições impostas pela maioria dos países. Na comparação com o mesmo período do ano anterior, o seguro de viagem cresceu 219%. Embora tenha pequena participação no setor, esse desempenho anima as empresas que operam esse seguro que hoje pode facilmente ser contratado por meios digitais e que tem um custo acessível para todos os viajantes.
Já o seguro rural vem crescendo continuamente no Brasil e representa importante ferramenta para o setor agrícola, pois indeniza os produtores em determinados casos de perda de safra, particularmente em decorrência de eventos climáticos. As receitas deste produto cresceram 50% no primeiro trimestre, sempre em comparação com o mesmo trimestre do ano passado.
O segmento de garantia estendida foi um dos poucos segmentos a apresentar retração. Perdeu 8,3 % no trimestre. “Esse movimento certamente está impactado pela redução do poder aquisitivo do consumidor”, analisa Dyogo Oliveira, presidente da CNseg.
Quando observamos apenas o mês de março, em comparação com março do ano passado, vemos que o setor demonstra um crescimento de 19%. No mês de março, os destaques foram os Seguros Patrimoniais (R$ 1,7 bilhão, avanço de 37,2%), Transportes (R$ 413 milhões, avanço de 30,1%) e Automóvel (R$ 3,9 bilhões, crescimento de 27,4% sobre igual período de análise).
Dyogo Oliveira destaca ainda que os pagamentos de indenizações, benefícios, resgates e sorteios também registraram avanço: 20,1% (R$ 20,0 bilhões), em março, e 34,5% (R$ 58,7 bilhões), no trimestre. “No acumulado de 12 meses móveis encerrados em março de 2022, melhor métrica para se analisar a tendência, continuamos observando um avanço mais acentuado nas indenizações, benefícios, sorteios e resgates (33,2% de crescimento, quando comparado ao período de 12 meses encerrado em março de 2021)”, assinala.
Fechamento de 2021
Com a divulgação dos números do quarto trimestre do segmento de saúde suplementar, foi possível fechar os dados de 2021 de todo o setor. O volume total de negócios chegou a R$ 553,8 bilhões. “O crescimento das indenizações, benefícios, resgates e sorteios em 2021 foi de 24,6% e alcançou R$ 398,2 bilhões, quase seis vezes superior ao orçamento da Prefeitura Municipal de São Paulo em 2021, por exemplo. Isso comprova, mais uma vez, o caráter essencial do seguro na vida das pessoas”, explica Dyogo Oliveira. A saúde suplementar continua sendo o segmento de maior relevância em termos de volume de negócios. Os R$ 247,5 bilhões, crescimento de 8,9% em relação a 2020, representaram 44,7% da arrecadação do setor como um todo.