Setor de produtos para a saúde reage e consumo sobe 20%, no primeiro trimestre, com a abertura de mais de 4 mil postos de trabalho

Apesar da produção doméstica de dispositivos médicos ter recuado 5,5%,
número de empregos, importações e exportações cresceram no período

Sabemi

Os três primeiros meses de 2022 registraram alta de 20% no consumo aparente de Dispositivos Médicos (DMs), no Brasil, que é soma da produção nacional e das importações, descontadas as exportações. Este foi o melhor resultado trimestral em oito anos. Os dados são do Boletim Econômico da Aliança Brasileira da Indústria Inovadora em Saúde (ABIIS).

O saldo positivo foi impulsionado pelo crescimento de 24,3% no consumo aparente de ‘Reagentes e analisadores para diagnóstico in vitro’, principalmente no “point of care” – farmácias. As exportações também tiveram bom desempenho e alta de 18,9%. Já a produção doméstica de ‘Instrumentos e materiais para uso médico, odontológico e artigos ópticos’ caiu 5,5%, entre janeiro e março, na comparação com igual período do ano passado.

O setor de DMs contratou mais no primeiro trimestre do ano, com a abertura de 4.301 novos postos de trabalho nas atividades relacionadas à fabricação e distribuição, alta de 2,8%. Atualmente são 159.421 trabalhadores nesse mercado, número que não inclui os emprega­dos em serviços de complementação diagnóstica e terapêutica.

Apesar dos bons números, para os próximos meses, a projeção não é tão otimista. “As perspectivas para a inflação de médio e longo prazos são bastante desafiadoras para os gestores da política pública no planeta. A pandemia e o conflito entre Rússia e Ucrânia têm exercido importantes implicações geopolíticas, que também afetam a economia global. Pode haver refreamento na globalização, com diminuição no comércio exterior e impacto geral, resultando no aumento de custos para várias indústrias, incluindo a de dispositivos médicos. Teremos que lidar com pressões de custo no lado da oferta e com aperto nas margens de lucro das empresas no lado da demanda, o que poderá inibir a incorporação de novos trabalhadores ao sistema de saúde suplementar”, analisa o diretor executivo da ABIIS, José Márcio Cerqueira Gomes.