Evento, organizado e promovido pela Revista Seguro Total, teve como foco central temas relacionados ao gerenciamento de riscos e transporte de cargas
A primeira edição do ST Summit Inovatec foi realizada no último dia 30 de julho, em São Paulo. O evento, organizado e promovido pela Revista Seguro Total, teve como foco central temas relacionados ao gerenciamento de riscos e transporte de cargas. Com uma série de painéis, o encontro teve a participação de mais de 15 especialistas de diversas áreas do setor.
O ST Summit Inovatec teve como patrocinador master o Grupo Tracker e contou com apoio institucional master da Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg). Compuseram a lista de entidades apoiadoras a Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC&Logística), Sindicato dos Corretores de Seguros do Estado de São Paulo (Sincor-SP), Associação Brasileira de Gerência de Risco (ABGR), Clube Internacional de Seguros de Transporte (CIST), Associação Brasileira das Empresas de Gerenciamento de Riscos e de Tecnologia de Rastreamento e Monitoramento (Gristec), Clube dos Corretores de Seguros de São Paulo (CCS-SP), Centro de Qualificação do Corretor de Seguros (CQCS) e União dos Corretores de Seguros (UCS).
Os eventos realizados pela Revista Seguro Total sempre prezam pela excelência das apresentações e pelo networking. Nesse sentido, o ST Summit Inovatec – Transporte de Cargas cumpriu plenamente os seus objetivos, contando com um público qualificado de executivos, diretores de seguradoras, corretores de seguros e profissionais da área de transporte – que marcaram presença no auditório do Hotel Estanplaza International.
Com alto nível nas palestras, o evento reuniu especialistas que expuseram aspectos fundamentais para o transporte de cargas. Os palestrantes transmitiram vivências em suas respectivas áreas de atuação, falaram sobre soluções de mercado, tecnologia, legislação e oportunidades para atuação do corretor de seguros neste mercado próspero. Os temas foram os mais abrangentes possíveis – o que evidentemente chamou a atenção do público.
Mercado ilegal e gestão de riscos
Marcos Siqueira, presidente da Comissão de Transportes da Federação Nacional de Seguros Gerais (FenSeg), abriu os trabalhos falando sobre os “Desafios na Oferta de Seguros para o Transporte de Cargas Perigosas”. Siqueira ressaltou que, “quando falamos de seguros para transporte de cargas perigosas estamos falando também em salvar vidas”. Ele lembrou que muitas transportadoras ainda não seguem boas práticas, o que ocasiona acidentes e dificuldades processuais, mas o mercado está preparado para atender a essas demandas com tecnologias adequadas.
Em seguida, o presidente do Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial (ETCO), Edson Luiz Vismona. Ele abordou o tema “O impacto do mercado ilegal para o seguro das empresas”. Para Vismona, no Brasil, as perdas com o mercado ilegal aumentaram 7,5% em 2023. Ano a ano, o crime avança no país. No ano passado, foram R$ 441 bilhões de prejuízo para 15 setores da indústria e evasão fiscal. Em 2022, foram R$ 410 bilhões. “O aumento de imposto pode fortalecer ainda mais a ilegalidade”, alertou.
O terceiro palestrante foi o coronel especialista em logística, gestão de riscos e segurança, Heinz Oscar Seidel, que explicou como é possível minimizar a fuga de informações no transporte de cargas. Sediel mencionou alguns exemplos de fuga de informações, métodos e recursos de proteção das informações estratégicas e as matrizes de risco.
Já Alexandre Ferraretto, especialista em gerenciamento de riscos de transportes e membro da subcomissão da FenSeg, realçou a importância da presença de profissionais especializados no evento. “Nossa presença aqui é muito importante porque temos profissionais renomados e todos os players envolvidos. Isso contribui para impulsionar nossos objetivos na subcomissão de gerenciamento de riscos e tratar o risco da forma correta com o uso de tecnologia avançada”, afirmou. Estiveram com Ferraretto na exposição, o gestor de riscos no setor de seguros, Michel Bezerra, e a coordenadora de gerenciamento de riscos em seguros, Mirian Camargo Alves.
“Rastreabilidade da matéria-prima até o consumidor, técnicas e tecnologias” foi o tema apresentado pelo CEO da startup Track Things, Fabio Brito. O especialista definiu a rastreabilidade como um sistema que acompanha todo o percurso de uma matéria-prima, desde a sua origem até o uso no produto final. Na sua visão, a rastreabilidade pode ser aplicada a muitos produtos dentro da cadeia de suprimentos, servindo para manter os padrões de controle de qualidade.
Sinistralidade, cyber risks e legislação
Dois dos maiores especialistas na área de transportes no Brasil abriram a segunda parte do evento. O primeiro a falar, Alfredo Chaia é managing director da Internacional Risk Veritas e executivo catedrático em Gestão de Riscos Empresariais (ERM), além de ser sócio-fundador e ex-presidente do CIST. Ele falou sobre logística e comércio exterior e a infraestrutura e riscos associados ao transporte de cargas perigosas. Em seguida, Guilherme Brochmann, diretor na Risk Veritas ERM & Engineering, apresentou o tema relacionado aos do transporte de cargas perigosas.
Logo após a primeira apresentação, foi a vez de Caio Ramicelli, gerente de Desenvolvimento de Negócios do Grupo Tracker, discorrer sobre a atuação do grupo no rastreamento e controle logístico em cargas perigosas. O ponto alto de sua palestra foram os dados que comprovam a excelente performance da organização do mercado ao reduzir o índice de sinistralidade. “A tecnologia ó fator principal para que pudemos reduzir esse índice em nossas operações”, declarou.
Já Claudio Macedo Pinto, cofundador e head of Insurance do Grupo Bluecyber Seguros, trouxe à tona a importância crescente da cultura de risco cibernético. “Participar deste tipo de evento é sempre importante para divulgar a cultura do risco cibernético e a transferência de risco”, afirmou Macedo. “Todos são alvos de ataques cibernéticos, e a necessidade de seguros cibernéticos está crescendo. Os corretores devem oferecer esse tipo de seguro não só para proteger seus clientes, mas também para abrir novas oportunidades de negócios”.
O cenário do transporte de cargas, sob o ponto de vista jurídico, pontuou as próximas apresentações. A advogada Marcia Cicarelli, sócia do escritório Demarest, abordou o tema “A Análise sobre a Regulamentação da Superintendência de Seguros Privados (Susep) no Seguro de Transporte de Cargas”. Marcia fez uma detida análise com foco na Lei nº 14.599/2023 e nas consultas públicas da autarquia federal e reflexões e perspectivas sobre o seguro de transporte rodoviário no Brasil.
Advogado especialista em direito do seguro, Paulo Henrique Cremoneze, avaliou as inovações da legislação no âmbito dos roubos no transporte de cargas. Com um discurso menos formal, Cremoneze ressaltou: “Sou um grande defensor da tese de que o roubo de carga pode, sim, ser fato gerador de imputação de responsabilidade do transportador rodoviário. Tudo depende das circunstâncias do caso em tela”.
Rodinei Ricardo, sócio-diretor da RodoSeg Corretora de Seguros, por sua vez, enfatizou a necessidade de diversificação de carteiras pelos corretores, especialmente no atual cenário de estagnação do mercado de automóveis. “Diversificar é essencial. O ramo de transporte oferece grandes oportunidades, e o Sincor São Paulo está aqui para apoiar os corretores com plantões de dúvidas e comissões especializadas,” destacou.
Sérgio Hoeflich, especialista em gestão de riscos e redes logísticas integradas, falou sobre tecnologias integradas às operações com enfoque em análise comportamental. Ele tratou de elementos relativos aos processos de gerenciamento de riscos aplicados à cadeia produtiva dos seguros e abordou tópicos como Hoeflich abordou tópicos como Processos e Estrutura: GRC Orgânico na Estratégia Corporativa; Processo de GR na Logística – Custo x Benefício = Valor agregado; Riscos de Acidentes x Roubos; Estatísticas de Acidentes; Metrificação – Escalas dos Riscos, entre outros.
E, por último, o policial rodoviário federal e graduado em Gestão em Ensino Superior, André Lúcio de Castro, exibiu um vídeo institucional da PRF e mostrou algumas operações policiais no transporte irregular de vários produtos, sobretudo farmacêuticos, nas rodovias que cortam o Estado de São Paulo. Segundo Castro, “a PRF é o órgão de maior credibilidade e respeito dentro da segurança pública de nosso País”. O policial participou de várias operações do Grupo de Combate aos Crimes Contra o Fisco e Saúde Pública (Gefis) no interior paulista.
Ao final do evento, o fundador da Revista Seguro Total, José Francisco Filho, externou sua satisfação com os resultados do evento: “Este foi um encontro memorável, que contou com o apoio de uma grande organização, como o Grupo Tracker, e entidades de peso do mercado de seguros”, garantiu Francisco ao anunciar a segunda edição do ST Summit Inovatec para o primeiro trimestre de 2025.