Veículos

O que é verdade e o que é mito quando se fala em reprogramação de veículos

Todo entusiasta adora personalizar seus carros, uma asa traseira, um farol mais escuro, um escape com ronco mais grave e um motor com um pouco mais de potência. E proporcionar essa potência extra ficou mais fácil com o advento das centrais eletrônicas que controlam quase tudo no motor.

“Na década de 90 tínhamos muitas pessoas investindo em chips, mas a complexidade das centrais e dos motores fez com que fosse preciso mais que um chip genérico para ganhar a potência desejada”, diz Márcio Medina, um dos maiores especialistas em reprogramação de veículos do país. Sua preparadora, a SFI CHIPS, tem experiência de sobra no ramo, são mais de dez anos e 12 títulos do Rally dos Sertões.

Muito se lê e ouve por aí sobre a preparação e a reprogramação de motores, mas o que é verdade nisso tudo? O especialista esclarece algumas dúvidas que cercam o procedimento.

Mitos e verdades

A primeira dúvida mais recorrente é: quando é realizada a reprogramação da central eletrônica de um veículo, seja um carro de passeio, seja um caminhão, há perda da garantia?

“A garantia de um veículo está atrelada a um defeito que ele possa ter, se o mesmo decorre de algo alheio à reprogramação, não há perda da garantia. Do mesmo modo se a reprogramação feita for mal dimensionada e acarretar algum dano, este não será coberto pela garantia”, esclarece Medina.

Outra pergunta que sempre é feita quando se fala em reprogramar é: meu carro vai gastar mais combustível após o procedimento?

“Depende. Se uma pessoa gosta de levar o carro ao limite de sua força, mesmo com torque melhorado e na menor rotação possível do motor, é óbvio que gastará mais combustível. Mas alguém que anda tranquilo, por ter esse torque maior em rotações menores, terá um rendimento melhor e, por consequência, um consumo menor. Por isso depende do modo de condução do motorista. Quanto mais ‘pesado’ o pé, mais combustível irá gastar”.

Quanto aos veículos que podem passar pela reprogramação de ECU – Electronic Control Unit: pode ser qualquer carro?

“Qualquer veículo que conte com controle eletrônico das funções do motor. Isso quer dizer que carros aspirados, turbinados, diesel, gasolina e flex podem ser otimizados. Além disso, os veículos pesados também podem colher os benefícios de um torque maior em baixa rotação, frotas de caminhões, ônibus e tratores. Também barcos e lanchas mais modernos podem ter suas centrais eletrônicas modificadas para ter um desempenho melhor”, enumera o especialista.

Mais uma dúvida que sempre gera polêmica é: Haverá um desgaste prematuro das peças do motor pelo ganho de potência gerado pela reprogramação da ECU?

“Sim e não. Porque isso, caso não haja um dimensionamento correto e seja realizado um procedimento que estresse demais as peças do câmbio, por exemplo, ele provavelmente irá quebrar. Por isso na SFI CHIPS traçamos o perfil do veículo e dentro dos parâmetros impostos pelas fábricas é que realizamos o remapeamento da central, de forma que cada componente esteja em harmonia com o ganho de potência. Além disso, o modo de condução pode levar ao desgaste das peças do motor, se ele é sempre exigido ao máximo, haverá um desgaste muito maior do que se estivesse em baixa rotação, e isso é para qualquer veículo, independente de ter passado pela reprogramação”, afirma Medina.

É possível ganhar potência em qualquer carro, a dúvida é: quanto um carro ganha em média de potência?

“O que sempre dizemos é, nenhum carro é igual a outro. Um carro pode ter motor aspirado, turbo, injeção direta, entre outras tantas características. Nossos softwares são desenvolvidos para cada modelo e, assim, após longos testes, podemos dizer que em um determinado modelo de carro haverá o ganho específico. Modelos mais antigos e aspirados, ganharão poucos HPs, mas é possível trabalhar a curva de torque e reduzir o tempo para que se chegue a essa potência maior. Nos carros turbinados, já há um ganho maior, pois é possível combinar injeção e turbo. Quanto maior a cilindrada do veículo, maior a potência que o mesmo consegue gerar e suportar. Números são interessantes, mas na SFI CHIPS mostramos que o resultado, a potência e a economia são melhores que qualquer porcentagem apresentada por especulação na mídia”, informa Medina.

O maior ganho para o veículo reprogramado é o torque maior com uma rotação menor, o que pode levar a economia de combustível, um desgaste menor das peças do motor e uma condução mais segura em estradas. Mas para isso é preciso conhecer o procedimento e realiza-lo em locais seguros, onde a tradição nas pistas, o desenvolvimento contínuo e a qualidade são encontradas.

 

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