Resultados do Projeto Dados do Bem também mostram que 11% dos profissionais cariocas que estão na linha de frente tiveram resultado positivo para covid-19
O projeto Dados do Bem, iniciativa de mapeamento epidemiológico do covid-19, é liderada pelo Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino (IDOR) e Zoox Smart Dat. E, conta com o apoio de empresas como a HDI Seguros. A iniciativa já apresenta os seus primeiros resultados sobre a contaminação por covid-19 da população em geral e entre os profissionais de saúde. O levantamento apontou que, desde o dia 28 de abril, quando o projeto teve início no Rio de Janeiro, 6.131 pessoas da área da saúde fizeram o teste rápido imunosorológico e, destas, 11% tiveram resultado positivo. Além disso, os dados afirmam também que as Zonas Norte e Oeste do Rio de Janeiro têm os maiores índices de contaminação pelo vírus na cidade.
Zona Oeste
No que diz respeito aos profissionais de saúde, a Zona Oeste carioca é a área que teve mais profissionais testados e a Barra da Tijuca, local aonde os testes estão sendo realizados, lidera essa lista, com 1.000 pessoas. Entretanto, proporcionalmente, a região apresentou menos profissionais contaminados (7,4%) quando comparada com Bangu e Campo Grande, que tiveram, respectivamente, 15% e 13% de profissionais com resultado positivo. Já em relação à área metropolitana do Rio, Nilópolis teve maior percentual de positividade. De todos os profissionais que realizaram o teste na região, 23% tiveram resultado positivo. Em segundo lugar está São Gonçalo, com 21% de todos os profissionais de saúde que foram testados com resultado positivo.
capital Fluminense
A mensuração do índice de contaminados entre a população geral dos bairros da capital fluminense apontou que dentre os moradores do bairro de Barros Filho que fizeram o teste, 54,29% recebeu resultado positivo. Na sequência, Engenheiro Leal (40%), Colégio (35,90%), Pedra de Guaratiba (35,71%), Vaz Lobo (35,71%), Vila São José (35,71%), Senador Camara (35,04%), Guadalupe (33,33%), e Jardim Primavera (33,33%), completam a lista das áreas com mais pessoas contaminadas dentre aquelas que realizaram o exame. Os resultados são um compilado do início da operação do Dados do Bem, desde 28 de abril, no Rio de Janeiro.
Com mais de 320 mil downloads, dos quais 225.996 pessoas fizeram a autoavaliação respondendo perguntas sobre sintomas associados à Covid-19 e histórico de saúde, o aplicativo já ajudou na testagem de 24.485 pessoas, e, dessas, 14% (3.394) receberam o resultado positivo para o coronavírus.
Além dos bairros com maior porcentagem de pessoas com resultados positivos, outros municípios do Rio também fazem parte da análise. De todos, Queimados é o primeiro na lista com 33,33% das pessoas que foram testadas e receberam resultado positivo. Belford Roxo (28,13), Magé (25,71%), São Gonçalo (25,37%), Nilópolis (25%), Duque de Caxias (22,98%), São João de Meriti (21,72%), Nova Iguaçu (19,41%), Mesquita (18,39%) e Rio de Janeiro (15,44%) também estão no ranking das 10 áreas com mais resultados positivos para o vírus.
Doação
A HDI Seguros doou um milhão de reais para a importação de cerca de 10 mil testes a serem utilizados no projeto e colocou profissionais da sua equipe à disposição do Dados do Bem. Para Vagner Guzella, vice-presidente da companhia, “a divulgação desses dados é uma importante ferramenta de alerta e compreensão do comportamento do vírus tanto no setor de saúde quanto nas ruas. Usar a inteligência de dados para mapear e identificar casos da Covid-19 é algo que pode ajudar a diminuir o índice de contaminação e alertar a população quanto aos cuidados e sinais da doença”.
“Desde o começo do projeto o foco é a análise de dados para entender a disseminação do vírus, formas de contágio e formação de clusters. Ao longo das semanas de operação temos conseguido enxergar esse mapa de distribuição da COVID-19 nos lugares em que o “Dados do Bem” está atuando. Nesse sentido, é importante ressaltar que, mesmo aqueles que não são testados, estão contribuindo para a geração desses dados de inteligência e, por isso, é de extrema importância que as pessoas continuem baixando o aplicativo e preenchendo a autoavaliação. Assim conseguiremos ter ainda mais dados populacionais”, afirma Fernando Bozza, coordenador do projeto, médico e pesquisador do IDOR e da Fiocruz, responsável pelo algoritmo e análise dos dados.
O ponto de partida do “Dados do Bem” é um aplicativo gratuito disponível para Android e iOS. Nele, o usuário preenche um cadastro e responde a um simples questionário de autoavaliação, com perguntas sobre sintomas associados à Covid-19 e histórico de saúde. Uma amostragem das pessoas cujas respostas ao questionário apontarem para uma alta probabilidade de Covid—19 poderá ser chamada para a realização de testes imunosorológicos.