Trajetória do CCS-SP é relembrada em live do aniversário de 49 anos

Trajetória do CCS-SP é relembrada em live do aniversário de 49 anos

História de fundação da entidade foi relatada pelo ex-mentor Adevaldo Calegari.

O Clube dos Corretores de Seguros de São Paulo (CCS-SP) realizou uma live especial com a participação de sua diretoria para celebrar o aniversário de 49 anos de existência, no dia 5 de outubro. Para marcar a data, a diretoria decidiu resgatar a história de fundação da entidade e a sua trajetória por meio do relato do ex-mentor Adevaldo Calegari, especialmente convidado para a missão.

Calegari, que foi mentor por duas gestões, escolheu 1964 como ponto de partida para narrar a história do Clube, ano em que a profissão de corretor de seguros foi regulamentada pela Lei 4.594 e que também se instalou no país o regime militar.

O ex-mentor contou que, entre 1965 e 1967, José Logullo, que teve participação ativa na fundação do Sincor-SP, pensava em criar uma agremiação semelhante ao Clube dos Banqueiros e Seguradores. Com esse propósito, ele se juntou ao também corretor Roberto de Souza Nazareth, mas não obteve sucesso.

“O regime militar impunha restrições à constituição de sindicatos e entidades”, disse Calegari, acrescentando que, infelizmente, ambos faleceram antes da fundação do Clube, em 1972. Ele relata que, naquele período, muitos sindicatos atuavam por meio de suas associações, criadas para driblar o regime militar. Daí porque a estreita ligação do Clube com o Sincor-SP permanece até hoje.

“O Clube nasceu para dar voz aos corretores de seguros, então impedidos de se manifestarem livremente por meio de seus sindicatos”, disse. Calegari ressaltou que o Clube também cumpria o papel de representação da categoria, já que a Fenacor, apesar de ter sido fundada em 1968, apenas foi reconhecida em 1975.

Apesar da grande responsabilidade, o Clube também nasceu com a missão de atuar para o congraçamento dos corretores. “Por isso, o nosso logo são três elos, que representam o corretor, o segurado e a seguradora”, disse. O mentor Evaldir Barboza de Paula acrescentou outros diferenciais, como a direção de um mentor e não de um presidente, além de outros símbolos.

“Na transmissão de comando durante a posse, há uma ritualística que sempre foi observada. O mentor recebe do seu antecessor um timão, o secretário um abacaxi, o tesoureiro uma caixa de moedas e os membros da Junta Fiscalizadora uma lupa”, disse.

 

Fato marcante

Em 1974, a profissão de corretor ainda não estava consolidada e sofria ameaças. Calegari contou que uma delas foi o Projeto de Lei nº 1290-A, que propunha a modificação da Lei 4.594, especificando que o exercício do seguro poderia ser feito sem corretor até o limite de cinco salários mínimos.

José Francisco de Miranda Fontana ficou sabendo do projeto no mesmo dia da sua posse na mentoria do Clube, em outubro de 1974. “Ele mudou o seu discurso e mais tarde criou a Comissão dos Quatro, juntamente com os Sincors de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, que foi à Brasília e conseguiu alterar o projeto”, disse.

Anos depois, a Comissão dos Quatro seria fundamental para a conclusão do processo de reconhecimento da Fenacor, com sua primeira diretoria, em 1975, composta por diversos membros do quadro associativo do CCS-SP.

Outro feito do CCS-SP recordado pelo ex-mentor foi a edição do JCS – Jornal dos Corretores de Seguros, durante 14 anos. Segundo ele, o jornal pertencia ao Sincor-SP, que editou apenas seis números em 1979 e, por causa do regime militar, transmitiu essa responsabilidade ao Clube. Em 1993, o JCS voltou para o sindicato.

Calegari destacou que após a consolidação da categoria, na década de 90, o Clube assumiu o papel de fórum de discussões e de aglutinador do mercado, atuando em parceria com seguradoras. Em seguida, ele elogiou a gestão do mentor Evaldir Barboza, que, a seu ver, implantou uma nova forma de relacionamento para superar os desafios da falta de contato social na pandemia.

Participaram da live aniversários os diretores Ednir Fornazzari, Ivone Gonoretske, Nilson Moraes, Gilberto Januário e Márcia Del Bel. “Nossa história é muito importante e bonita e vamos sempre recontá-la. Quem não tem passado, não tem presente”, disse Evaldir Barboza.