Plano hospitalar é alternativa para usuários que não conseguem arcar com o custo do plano referência
No atual cenário de crise econômica em que 1,4 milhão de beneficiários deixaram de ter planos de saúde em 2016, segundo a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), o plano exclusivamente hospitalar surge como uma alternativa de custo mais baixo para quem não consegue arcar com o valor do plano referência, que engloba assistência médico-ambulatorial e hospitalar com obstetrícia e acomodação em enfermaria.
A cobertura exclusivamente hospitalar no plano de saúde compreende o atendimento em unidade hospitalar com número ilimitado de diárias, inclusive em UTI, transfusões, quimioterapia, entre outros procedimentos necessários durante o período de internação. Inclui também os atendimentos caracterizados como de urgência e emergência que evoluírem para internação ou que sejam necessários à preservação da vida, órgãos e funções. Vale destacar que o mesmo pode incluir ou não a obstetrícia.
Segundo Marcelo Alves, diretor da Célebre Corretora, empresa do segmento de planos de saúde e seguros no país, o ideal é contratar um plano que abarque tanto a cobertura hospitalar quanto a ambulatorial, que compreende consultas e exames em número ilimitado. Porém, diante da crise econômica, muitos usuários estão tendo que optar pela escolha entre essas duas opções. “Aqui não há certo ou errado, porém contar com a cobertura exclusivamente hospitalar fornece maior segurança para o segurado, uma vez que esse cliente terá o devido amparo para realização de procedimentos cirúrgicos e até internações de urgência”, afirma.
Alves ainda destaca que a cobertura de consultas e exames é importante, porém, de forma geral, procedimentos abarcados pelo plano hospitalar possuem caráter maior de urgência e são mais onerosos no caso de terem que ser pagos a parte. “Uma pessoa que possui uma cobertura apenas ambulatorial e teve uma lesão de ligamento no joelho, por exemplo, terá o amparo para consultar um médico especialista, porém esse plano não cobre a cirurgia de reconstituição, único procedimento possível para a correção do problema. Nesse mesmo caso, um individuo que tenha a cobertura exclusivamente hospitalar teria que arcar com a consulta e com o exame para confirmar o diagnóstico, já a cirurgia seria coberta pelo plano”, exemplifica o diretor da Célebre.
Portanto, segundo o especialista, “mesmo que tenha uma mensalidade mais cara, a cobertura exclusivamente hospitalar pode gerar uma grande economia para o usuário, ainda mais porque diversas consultas e exames podem ser realizados nas clínicas populares, que praticam preços acessíveis para a população e estão expandindo o serviço por todo o país”.
Além disso, é importante tomar cuidado no momento da escolha dos hospitais credenciados. “Se a pessoa reside na Zona Leste, não existe a necessidade de contratar um convênio que abarque hospitais em localidades distantes, e por conta disso o usuário pode acabar pagando por um serviço que não vai usufruir e onerando o custo total do plano”, orienta. Alves ainda ressalta que para pessoas que não viajam com frequência não é necessário ter um plano de saúde de faixa nacional para ser atendido em casos de urgência e emergência. “São pequenos pontos que geram uma grande economia para o beneficiário”.
Por fim, o diretor da Célebre Corretora lembra que, independente da cobertura escolhida, antes de fechar negócio, é necessário procurar o número de registro da operadora no site da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar). “Assim, é possível checar o desempenho da empresa, bem como o histórico e posição na lista de operadoras que mais recebem reclamações dos consumidores. No portal da entidade o beneficiário também pode conferir uma lista com todos os direitos em relações a reajuste, portabilidade e de procedimentos obrigatórios para cada tipo de cobertura”, finaliza o especialista em plano de saúde e seguros.