Sincor Digital recebe parlamentares e lideranças do setor de seguros

Corretora Lockton apresenta alta anual de 30% em sua carteira de cyber

Adoção do Home Office subiu drasticamente e já apontam para perdas elevadas num mercado que ainda é pequeno em termos de prêmio

O seguro cibernético no mercado brasileiro permanece vibrante e já apresenta sinais de estresse. O motivo da crescente preocupação das seguradoras são perdas inesperadas causadas por ataques hacker, principalmente pelo ransomware, que “sequestra” as informações de sistemas e posteriormente cobra um resgate para liberação dos dados.

O responsável por Linhas Financeiras e Responsabilidade Civil da Corretora de Seguros Lockton, Maurício Bandeira, explica que a frequência e a gravidade das violações de dados, bem como as reclamações de ransomware após o início da pandemia, e a adoção do Home Working, subiram drasticamente e já apontam para perdas elevadas num mercado que ainda é pequeno em termos de prêmio. Outro fator de destaque é a Nova Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), que traz uma série de requisitos e regulamentos para empresas que coletam e armazenam dados.

Segundo alguns relatórios publicados, o número de ataques de ransomware no ano de 2020 aumentou mais de 700% em relação a 2019, assim como muitos analistas de segurança da informação já consideram o ano de 2020 como o ano que vai ficar na história pela quantidade de ataques e sofisticação dos mesmos.

De acordo com dados da SUSEP, o volume de prêmios da carteira de Seguro Cibernético passou de R﹩ 19MM para R﹩ 37MM para o período de Janeiro a Novembro de 2020 em comparação com o mesmo período de 2019, mas o número que realmente chama a atenção é o de sinistros reportados pelo mercado, passado de R﹩ 1,5MM para R﹩ 32MM no mesmo período, um aumento superior a 900%.

A procura por seguros para cobertura de riscos cibernéticos também cresceu entre os clientes da corretora de seguros Lockton. O crescimento da carteira de cyber vem superando uma taxa anual de 30% desde 2018, principalmente no segmento de Tecnologia e Instituições Financeiras, incluindo as Fintechs.

Para Maurício Bandeira, essa combinação de frequência de sinistros e severidade impactou a lucratividade e levou as seguradoras a reavaliar as diretrizes de subscrição do seguro cibernético e as taxas apresentam alta superior a 20% e a adoção de algumas medidas restritivas como aumento de franquias e adoção de sublimites para casos de ataques de ransomware.

“Todo esse cenário deve alavancar a venda do seguro, o qual é uma excelente ferramenta para mitigação desse tipo de risco, o qual pode gerar perdas milionárias para as empresas”, explica Maurício Bandeira, responsável por Linhas Financeiras e Responsabilidade Civil da Lockton.

As seguradoras, em particular, estão fazendo perguntas mais pontuais sobre mitigação específica e técnicas de proteção relacionadas ao risco, assim como práticas adotadas no Home Working, até mesmo um questionário específico para melhor entendimento do risco de ransomware foi adotado por um dos maiores players desse segmento de seguros.

A subscrição efetuada hoje pelas seguradoras está mais criteriosa, apesar de ser um mercado recente, nunca foi tão importante para uma empresa interessada em adquirir sua primeira apólice de seguros demonstrar uma forte gestão do risco cibernético, além de defesas apropriadas.

Ainda de acordo com Maurício Bandeira, a tendência no médio/longo prazo não é animadora, o mercado deve continuar mais criterioso na avaliação e precificação dos riscos nos próximos anos, a compra da primeira apólice de Seguro Cibernético pelas empresas deve ser avaliada o quanto antes, criando relacionamento com uma seguradora e a definição da data inicial de cobertura da apólice, a qual será mantida ao longo do tempo, proporcionando uma maior amplitude em casos de sinistro.